tag:blogger.com,1999:blog-54408427974035060902024-02-07T14:59:40.701+01:00CALÉCIAUm blog sobre a Galiza de ambas as margens do Minho...Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.comBlogger49125tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-41070469231884467362009-09-17T14:18:00.007+00:002009-09-17T15:26:19.128+00:00As refeições do dia<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiUFoa-zcJIm03tPEirNiVGzolch1kgZcdzIDd6ojbqTqxL_O2dt6wtIE8JMkixOy27dKEsawNTgg592OD1eJAOKtOUimZ8-C40OPic9inLSElxNcUT-Lh2CPXh1h0P2y_-41_Hl2VANix/s1600-h/Cabritoassado.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 213px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiUFoa-zcJIm03tPEirNiVGzolch1kgZcdzIDd6ojbqTqxL_O2dt6wtIE8JMkixOy27dKEsawNTgg592OD1eJAOKtOUimZ8-C40OPic9inLSElxNcUT-Lh2CPXh1h0P2y_-41_Hl2VANix/s320/Cabritoassado.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5382452823499629410" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Por vezes ocorre-me que, na extensão da língua, costumes e cultura para sul, muitas das palavras e conceitos foram perdendo o seu conceito original e ou se transformaram noutras ligeirtamente parecidas ou sofreram uma metamorfose completa. Existem vários casos que poderia enunciar. No entanto, falarei daquele que importa hoje, porque é uma questão que me interessa faz tempo.<div><br /></div><div>Da parte materna da minha família, sempre ouvi dizer deles que à noite ceavam, enquanto que eu jantava. Ou nós, da cidade, jantávamos. Nunca dera grande importância a isso, até porque na cidade, costumávamos associar a ceia a algo que se comia mais tarde na noite, depois do jantar.</div><div><br /></div><div>Ouvia também dizer que se almoçava de manhã. E isso fazia-me uma confusão tremenda, principalmente a mim, jovem naquele tempo e habituado a erguer-me a meio da manhã. Não posso assegurar com certeza acerca do seu jantar, mas lembro-me de ficar com a ideia que, no campo, as pessoas almoçavam cedo. Lembro-me inclusivo, de pensar que não faziam mais nada a não ser comer, de tantas refeições que faziam e que almoçavam logo pola manhã...</div><div><br /></div><div>Acontece que em conversa com amigos meus do norte do Minho, chamou-me a atenção o facto de eles dizerem que iam jantar a meio do dia, quando eu me preparava para almoçar. Foi então aí que - e passados estes anos todos - fiz a conexão entre este dado importante e aqueloutros que haviam ficado retidos na minha memória, dos meus tempos de jovem pequeno, na aldeia transmontana dos meus avós. O problema não estava em eles comerem muito e almoçarem logo de manhã; o que passa é que toda a refeição salta uma atrás na ordem das refeições do dia.</div><div><br /></div><div>Assim, enquanto que na cidade - e nos meios de comunicação social e sociedade em geral - temos o pequeno-almoço de manhã, o almoço ao meio-dia, o lanche a meio da tarde e o jantar à noite, no campo temos: almoço, jantar, merenda e ceia. Ou seja, temos a desvirtuação do conceito de almoço e jantar, que saltaram uma refeição à frente e a inclusão de uma adaptação do inglês <i>lunch</i>, também ela desvirtuada do seu sentido original; cresce ainda uma outra que é o pequeno-almoço e ainda temos a ceia, que apesar de não figurar no menú das refeições diárias citadinas, sempre foi mencionada como a refeição que se faz depois do jantar (mas que ninguém faz...).</div><div><br /></div><div>Em relação à merenda, sempre ouvi "merendar" quando nos preparávamos para comer algo a meio da tarde. Fosse em casa ou no passeio polo campo, se bem que em passeio sabia sempre melhor...</div><div><br /></div><div>Como ocorrem estas alterações no significado das palavras, não sei. Sei que há uma evidente deturpação ao longo do tempo. E sei também que, no norte de Portugal, continua a almoçar-se de manhã e a cear-se ao fim da tarde. A merenda faz-se ao meio da tarde. A norte do Minho, continua ainda a dizer-se assim.</div><div><br /></div><div>É curioso, contudo, constatar as definições das diferentes refeições do dia no e-Estraviz e no Priberam:</div><div><br /></div><div><b>Estraviz</b></div><div><b><br /></b></div><div><i>Almoço - <span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; line-height: 19px; font-family:'Lucida Grande';font-size:13px;">s. m. Comida de manhã. Primeira comida do dia depois de erguer-se, sem contar a parva que, normalmente, consiste só numa copa de aguardente.</span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Lucida Grande';font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px;font-size:13px;"><br /></span></span></div><div><i>Merenda - <span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; line-height: 19px; font-family:'Lucida Grande';font-size:13px;">s. f. (1) Refeiçom ligeira da tarde. (2) O que se merenda.</span></i></div><div><br /></div><div><i>Jantar - <span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; line-height: 19px; font-family:'Lucida Grande';font-size:13px;">s. m. (1) Comida principal do dia, entre o almoço e a ceia, no meio do dia: <i>convidei-o ao jantar e depois nom veio</i>. </span></i></div><div><i><span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; line-height: 19px; font-family:'Lucida Grande';font-size:13px;"> (2) O que se come ao jantar: <i>preparou um bom jantar</i>.</span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Lucida Grande';font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px;font-size:13px;"><br /></span></span></div><div><i>Ceia - <span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; line-height: 19px; font-family:'Lucida Grande';font-size:13px;">s. f. (1) Refeiçom que se toma à noite e que, geralmente, é a última que se toma em cada dia. </span></i></div><div><i><span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; line-height: 19px; font-family:'Lucida Grande';font-size:13px;"> (2) O que se toma para cear: <i>fez uma ceia ligeira</i>.</span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Lucida Grande';font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px;font-size:13px;"><br /></span></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Lucida Grande';font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px;font-size:13px;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: normal; font-weight: bold; font-family:Georgia;font-size:16px;">Priberam</span></span></span></div><div><b><br /></b></div><div><b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; "><div><i>Almoço - <span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(51, 51, 51); line-height: 15px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family:Verdana;font-size:11px;">s. m. <span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; ">Refeição da manhã.</span></span></i></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'Lucida Grande';font-size:100%;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 19px; font-size:13px;"><br /></span></span></div><div><i>Merenda -<span class="Apple-style-span" style="font-family:Verdana;font-size:100%;color:#333333;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: 15px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px;font-size:11px;"> s. f.</span></span></i></div><span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(51, 51, 51); line-height: 15px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family:Verdana;font-size:11px;"><div style="padding-left: 12px; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;"> 1. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">Ligeira refeição da tarde.</span> = <span style="font-variant: small-caps; "><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">lanche</span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;"> 2. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">O que se merenda.</span></div><div style="padding-left: 12px; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;"> 3. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">O que se leva para comer.</span> = <span style="font-variant: small-caps; "><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">farnel</span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;"> 4. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">Pastel de massa folhada, geralmente recheado com queijo e fiambre.</span></div><div style="padding-left: 12px; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;"> 5. </span><span class="" title="Brasil"><i><registo>Bras.</registo> </i></span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">Comezaina de noite, fora de horas.</span></div><div style="padding-left: 12px; "><br /></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; font-style: italic; font-family:Georgia;font-size:16px;">Jantar - <span class="Apple-style-span" style=" font-style: normal; color: rgb(51, 51, 51); line-height: 15px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family:Verdana;font-size:11px;"><b><span class="Apple-style-span" style="font-weight: normal; font-style: italic; ">s. m. <span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;">1. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">Refeição principal do dia.</span></span></span></b></span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><br /></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(0, 0, 0); line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px; font-style: italic; font-family:Georgia;font-size:16px;">Ceia - <span class="Apple-style-span" style=" color: rgb(51, 51, 51); line-height: 15px; -webkit-border-horizontal-spacing: 2px; -webkit-border-vertical-spacing: 2px; font-family:Verdana;font-size:11px;">s. f. <span class="Apple-style-span" style="font-style: normal; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;">1. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">A última refeição do dia, feita depois do jantar.</span></span></span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span style=" color: rgb(153, 153, 153); font-size:9px;"> 2. </span><span ondblclick="javascript:DefinePalavra(getSel());" title="Duplo clique para ver definição" style="cursor: pointer; ">Quadro que representa a última ceia de Jesus com os seus Discípulos.</span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;font-size:130%;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;font-size:16px;"><i><br /></i></span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;font-size:130%;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;font-size:16px;"><i><br /></i></span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;font-size:130%;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;font-size:16px;">Constata-se que o Priberam mantém em certa parte o sentido original das refeições, não as associando aos conceitos em uso, hoje-em-dia. Em relação ao almoço, afirma só que é a refeição da manhã, enquanto que o jantar é a principal refeição do dia, não fazendo comentários acerca de quando ela ocorre. Essa definição cronológica é já aplicada, no entanto, à merenda e à ceia.</span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;font-size:130%;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;font-size:16px;"><br /></span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;font-size:130%;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style=" line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;font-size:16px;">É curioso constatar que os conceitos se mantêm mais a norte e que, em muitos destes casos, a perservação destes hábitos seculares são sinónimo de <i>parolismo</i>, e conotados com pessoas de baixo índice cultural. É certo que essas pessoas não possuem a instrução das pessoas das grandes cidades, mas a nível cultural, têm porventura eles uma áurea mais <b>rica e genuína</b> do que muitos dos que nas cidades os apelidam de labregos. É também viável que esta desvirtuação do sentido original das refeições tenha se dado por motivos de divergência dos horários entre as pessoas do campo e da cidade. Uns levantam-se com o galo, enquanto os outros um pouco mais tarde. Seria o suficiente para a as refeições darem um salto à frente?</span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;"><br /></span></span></div><div style="padding-left: 12px; "><span class="Apple-style-span" style="font-family:Georgia;color:#000000;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: normal; -webkit-border-horizontal-spacing: 0px; -webkit-border-vertical-spacing: 0px;">Fica aqui o convite para um evento que inclui o <a href="http://aglp.net/index.php?option=com_content&task=view&id=67&Itemid=31">jantar</a>.</span></span></div></span></span></b></div>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-63148889785618805762009-09-15T14:27:00.004+00:002009-09-15T15:33:04.413+00:00Adonde vais, galego?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj83MAbnYJZZ0rQv0YiUIViC9cGX3Yz8P0w0IiG6di38siWBqrpV7YDobRki1w7yzXm2XdNSd06plTrRpJXVUbM0xurPpi8ejTU0XqSlxcZ7bLws8sJG0QBjQEv2-XhW-Gw0_TLA04TlFeL/s1600-h/DSC_0284.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj83MAbnYJZZ0rQv0YiUIViC9cGX3Yz8P0w0IiG6di38siWBqrpV7YDobRki1w7yzXm2XdNSd06plTrRpJXVUbM0xurPpi8ejTU0XqSlxcZ7bLws8sJG0QBjQEv2-XhW-Gw0_TLA04TlFeL/s320/DSC_0284.JPG" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5381714755740392738" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Durante as férias pude comprovar o estado da língua tanto a norte como a sul do Minho. Ouvindo os mais velhos falar, além de se aprender muito, como guardiãos da sabedoria que são, podemos escutar como se falava em determinada época anterior à nossa por serem eles conservadores de um jeito de falar e de uma fonética correspondente ao tempo em que eles se fizeram pessoas. <div><br /></div><div>Ainda assim, sendo estas pessoas de idade como que os mais fiéis reprodutores do modo de falar de antigamente, não podemos deixar de ter em conta que também eles sofreram já influências de um e do outro "idioma", ainda que a sua repercussão seja mínima e o seu falar seja uma ilustração fidedigna do jeito de falar de um passado não muito distante.</div><div><br /></div><div>Constata-se facilmente que, a sul do Minho, a fonética dos mais velhos é um falar mais rude, mais labrego e conotado como uma pronúncia <i>parola, </i>própria de gente iletrada e do campo. Esquecendo a estupidez destes (pre)conceitos e abstraindo-nos do outros preconceitos criados pelas fronteiras físicas que não correspondem de facto às fronteiras dos homes, facilmente se percebe que o falar dos mais antigos tem uma fonética mais parecida com o galego, variante dialectal do português (ou vice-versa, dependendo dos ângulos) e tido, ainda por muitos a sul do Minho, como um dialecto do castelhano (ainda que admitindo que ao olhar para aquilo que a maioria dos galegos do norte do Minho escrevem se assemelha mais a castelhano do que a outra coisa; fica, no entanto, este assunto para mais tarde, num fio próprio). Esta semelhança é não só fonética como também de sintaxe e de léxico. De facto, há palavras usadas pelos mais velhos que não têm o direito de aparecer nos dicionários da língua. Eventualmente não são considerados portugueses. Ou então português correcto. O que é certo é que eles existem e são usados no dia a dia e não só merecia como deveria ser obrigatória a sua inclusão nos dicionários. Neste campo, a contribuição da recém-formada <b><a href="http://www.aglp.net/">Academida Galega da Língua Portuguesa</a></b> veio dar um esperançosos contributo para que os termos usados pelos habitantes do estado português (que são os mesmos que os usados pelos galegos da outra banda do Minho) não só caiam em desuso como no esquecimento.</div><div><br /></div><div>Rumando a norte, já no território baixo o domínio espanhol, podemos facilmente constatar que o uso do castelhano suplantou largamente o uso do galego por todo o território da Comunidade Autónoma d<i>e Galicia. </i>Por todo o lado vemos sinalização em castelhano, seja ela de carácter oficial ou comercial ou informativo. Mesmo na sinalização das ruas, a informação aparece nas duas línguas ou, em muitos dos casos, apenas em castelhano. A excepção creio ser <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgcnOoQ1sV4JOSmw_600ibZ7stPq4QYn3cnHwCBjy_XmgwRPK1EnjgV3TW2LGl8i73XgyGaCKW0AhQuBdIagNO0vwV8uwy39aOHZLOk-Bd-JBzuMy6P9STdWi6y2pIHJMleu2QYfuXhTyg/s400/P1010626.JPG">Compostela</a>.</div><div><br /></div><div>No falar das pessoas, nota-se uma predominância do castelhano em todo o lado. Mesmo nos que falam galego, se não tomarmos atenção cuidamos que eles estão a falar castelhano. Pola pronúncia, pola entoação, polos "eh?" no fim das frases, polos "ción" no lugar dos "çom" e porque o que a maioria fala tampouco se assemelha a galego mas a castelhano esforçado no sentido de parecer galego, trocando os "a" e os "lo" por "a" e "o" e pouco mais.</div><div><br /></div><div>Os mais novos falam praticamente todos em castelhano. Poucos são os que falam galego, ainda que vi famílias a fala-lo com os seus filhos de quatro e oito anos. Mas a meiríade fala castelhano. Por prestígio, por complexo, por pequenez e por falta de alcance. Também porque lhes é imposto, porque está em todo o lado e porque entra polas casas adentro, incluindo na <i>Televisión de Galicia</i>. Se falarmos com um camareiro em português (do norte, daquele que qualquer galego com mais de 35 anos identifica como seu), logo ele responde em castelhano. Alguns fazem-no em galego. Os mais velhos percebem-nos melhor. Ainda assim há mais velhos com cara de galego mas com ar de espanhol. Percebem-nos, mas repetem o que dizemos, em castelhano. São galegos mas querem ser, perantes nós, espanhóis.</div><div><br /></div><div>Os mais velhos, ou a maioria deles, fala galego. Galego <b>galego</b>! Galego assim como um cruzamento entre um natural de Ponte de Lima ou de Vila Pouca de Aguiar. Sem sofrer a influência sonética da capital do estado português, claro está (depois há essa outra influência, a do sul, mas será também ela abordada em fio próprio). Daqueles genuínos, que falam sempre da mesma maneira e que não mudam a sua fonética por estarem de fronte de gente importante ou da cidade, com o intuito de agradar e de não parecer tão labrego. Galego com uma fonética cerrada, com "a", "e" e "o" fechados. Um galego que se eu não soubesse que estava na <i>Galicia</i>, cuidaria que era dali de alguém do norte de Portugal. Um galego que a minha mulher identificou como <b>português </b>e me chamou atenção para o facto, ela que sabe que cismo com estes estudos e com estes detalhes. Realmente o que esses dois casais, com idades compreendidas entre os 50 e os 60 e poucos, falava era português. Da <b>Galiza</b>. As expressões, a suavidade, os termos, era tudo menos aquilo que passa num <a href="http://www.crtvg.es/">canal de televisão</a> e que é apelidado de galego mas que não passa de uma versão aproximada do castelhano.</div><div><br /></div><div>Passo a citar alguns exemplos. O primeiro, o destes casais: "Pra que queres que jogue a bisca? Já nom a jogastes há pouco". Eu, que não sou perito nestas questões linguísticas, mas um interessado apenas, vou tentar traduzir isto fonéticamente: "Pra k kéres k xóg' a bisca? Já nom a xogastes á pouco?". Não me parece que tenha surtido grande diferença. Ficou a tentativa. Cumpre dizer que os "a" e os "e" que não estão acentuados são fechados. O que um galego mais novo diria no seu galego seria: Prá qué quéres qué xógué á biscá? Xá nón á xógastés á poucó?.</div><div><br /></div><div>Depois há as expressões. Escutar um grupo de velhos que se ajuntam num muro ou num passeio revela ser interessantíssimo. A maior parte deles lembrou-me os velhos do <b>Porto</b>, pola sua boa disposição, sentido de humor e polas expressões: "Carcaça... ó carcaça!! Onde bais, <b>caralho</b>?!", dizia um de 60 para um dos seus 80 e tal. Ou então dois grupos de dois que se encontram, uns em andamento, os outros sentados num murinhos: "Atom <b>caralho</b>, que estás mais velho que o ano passado!!" (Atóm caralhu, que estás máis vélho c' ó anu passadu). Dito assim, num galego cerrado e perfeitamente reconhecível.</div><div><br /></div><div>De um lado e do outro, vai se perdendo a fonética a pronúncia, as expressões, a originalidade da língua que tanto charme lhe dá, em detrimento da pseudo-intelectualidade lisboeta, cheia (<i>impregnada</i>, diriam eles) de palavras caras e do altivismo castelhano. Adonde vais, <b>galego</b>?</div>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-70653374960239912542009-08-11T16:20:00.005+01:002009-08-11T16:52:55.511+01:00É português por estar dentro dos limites do território?<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjneltIvRU6CiwhQXkc41w_Z_9P3w6jgmhEjsrGYqxWvc9WZ0J-TXsJv5Ay6tOg0lZzPyOV36Bthf5D40Vnj6_r221sc3u-D_PmLokq_U87HpzHun_W0LyDM-dAhm539yo7N-vuKAoIvfpf/s1600-h/gaita_sanabresa.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjneltIvRU6CiwhQXkc41w_Z_9P3w6jgmhEjsrGYqxWvc9WZ0J-TXsJv5Ay6tOg0lZzPyOV36Bthf5D40Vnj6_r221sc3u-D_PmLokq_U87HpzHun_W0LyDM-dAhm539yo7N-vuKAoIvfpf/s320/gaita_sanabresa.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5368731096610343586" /></a><br /><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div><div>Agora que ando virado para a música, mais propriamente para a aprendizagem da gaita, tenho pesquisado muito acerca deste assunto e encontrado muita literatura e opiniões. Nos vários grupos que tenho encontrado, os portugueses comportam um reportório próprio e limitado ao que é denominado fronteira portuguesa. Ou seja, aos limites do território português.</div><div><br /></div><div>E vejo que muitos deles incorporam temas como "Heilena", "Binte e Cinco", "Pingacho" e outros, todos da região de Miranda do Douro. Por oposição, ou por limite de horizonte, os temas de Sanábria já não entram no seu reportório por serem considerados temas espanhóis. Quando a sua sonoridade é em tudo idêntica aos temas originários das Terras de Miranda, bem como em tudo igual é a sonoridade das duas gaitas. Duas, porque são classificadas de Mirandesa, uma, e de sanabresa a outra, apesar de muitos não concordarem com esta diferenciação, por as gaitas não apresentarem diferenças relevantes na sua morfologia.</div><div><br /></div><div>Estamos a falar de uma cultura própria, de uma zona que reflecte profundas afinidades culturais, que se estendem pola área da música e que, por força de estar dividida pelos dominadores Portugal e Espanha, são encarados como duas culturas distintas e próprias de um e de outro. Perdem a sua identidade própria e passam a ser produto português e espanhol, dignos de figurarem em qualquer catálogo turístico de promoção do Douro ou de Castilla-León!</div><div><br /></div><div>Há uma evidente apropriação da cultura alheia. Neste e noutros assuntos semelhantes. A visão centralista com que esta apropriação é feita desvirtua a sua genuinidade. A visão de quem se sente português e toca um tema de Miranda, porque Miranda é portuguesa está errada porque o conceito de português aqui não se aplica, uma vez que falamos de uma cultura comum a todo o Noroeste Peninsular que já existiam muito antes de formadas as fronteiras dos nobres - e não dos homes!</div>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-60699738006913698452009-08-07T15:42:00.002+01:002009-08-07T15:45:37.049+01:00Músicas da GaléciaUlimamente, como ando a aprender um instrumento musical, este meu interesse pola nossa terra e polo que lhe diz respeito anda mais focado ao redor da música e nas imensas afinidades musicais que existem na velha Galécia, desde o Mondego ao Cantábrico, e também com as outras regiões como a Irlanda ou a Bretanha.<div><br /></div><div>Por isso, adicionei uma pequena aplicação que permite ao visitante escutar um pouco de música enquanto aqui permanece. São músicas que fui coleccionando e que me servem de interpretação para o meu instrumento musical. Umas de Lugo, outras de Condeixa ou Ponte da Barca, todas têm uma afinidade musical e cultural entre elas.</div>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-36617612319352455582009-08-07T14:57:00.003+01:002009-08-07T15:02:05.150+01:00Regresso!Fazia tempo que não escrevia aqui. O blog pode andar esquecido, embora as ideias e os ideais não. Todos os dias, sempre que leio ou ouço algo, no jornal, ou na televisão, relacionado com este tema que ocupa parte considerável dos meus pensamentos, surge a vontade de escrever. E aí o blog vem à cabeça e o pensamento de continuar ou retomar a sua escrita surge, mas a falta de tempo acaba sempre por vencer.<div><br /></div><div>Hoje porém, no sossego da tarde, na hora da sesta, venci essa falta de tempo e, pelo menos por uns minutos, passei aqui para deixar um olá ao meu blog e esperar que a próxima paragem seja em breve.</div>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-48522947888906522292008-05-02T11:49:00.004+00:002009-04-24T15:16:15.135+00:00Adeus, Galiza!<span class="arial_18_preto" style="FONT-STYLE: italic"><br /></span><span style="FONT-STYLE: italic;font-size:78%;" ><span class="arial_12_azul_claro" style="COLOR: rgb(0,0,0)">Manuel, Correia Fernandes, Arquitecto</span></span><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUqUAdQTrzmpnugC3uedjXZgsqkSsbymsL5iw9DWa9igRLyIHxis-gArMCJBHV6vtDWxtgXXuQeBWSf3yFk1h1viWamqM8FxU_GOtg5gjxwchGmKNX3she8IoUQS6m5_iZguUEImJGSYXq/s1600-h/minho.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5195749158501770418" style="FLOAT: left; MARGIN: 0pt 10px 10px 0pt; CURSOR: pointer" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUqUAdQTrzmpnugC3uedjXZgsqkSsbymsL5iw9DWa9igRLyIHxis-gArMCJBHV6vtDWxtgXXuQeBWSf3yFk1h1viWamqM8FxU_GOtg5gjxwchGmKNX3she8IoUQS6m5_iZguUEImJGSYXq/s320/minho.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></span><br /><br /><br /><br /><span class="arial_11_preto" style="FONT-STYLE: italic">A<span style="font-size:85%;"> Galiza já não é o que era. Para seu bem e para desgraça nossa, Portugal e, sobretudo, o Norte de Portugal continua a ser o que era pobre! Os números já não falam só. Gritam e gritam bem alto a nossa contínua perda em tudo quanto são valores de bem-estar, qualidade de vida, progresso e crença no futuro. Resultado: hoje, vive-se melhor na Galiza do que no Norte de Portugal.<br /><br />Há alguns anos, a situação era a inversa. Perante os factos, é possível que tenham acontecido três coisas ou ambos crescemos mas eles cresceram mais, ou eles cresceram e nós não, ou eles também não cresceram mas nós andámos para trás. Talvez tenha acontecido de tudo um pouco mas a verdade é que, hoje, já fomos ultrapassados pela ex-pobre Galiza e em alguns casos, até já fomos ultrapassados.<br /><br />Razões? Haverá, certamente, muitas. Umas conhecidas, outras menos e outras, ainda, nada conhecidas ou que, pelo menos, não gostamos de invocar. A verdade é que de um e outro lado da fronteira - que até já nem existe - olhamo-nos de modo distinto.<br /><br />Do lado de cá, sempre tendemos a desvalorizar as diferenças. Quando nos favoreciam, achávamos que era natural que assim fosse! No fundo, a expressão "trabalhar que nem um galego" representava para nós, a tola convicção da nossa ancestral, injustificada e quase aristocrática "superioridade". Quando (as diferenças) nos desfavoreciam, atirávamos as culpas para Madrid que protegia artificialmente a terra de Franco ou para Lisboa que nos roubava o pão da boca. Culpa nossa? Não. Isso nunca!<br /><br />Do lado de lá, tudo era inverso. Ali, as diferenças entre Galiza e Norte de Portugal, sempre foram justamente valorizadas. A começar pela língua e a acabar nas "marcas" nortenhas de suposto prestígio mundial como era o caso do Porto/vinho, do mítico Douro ou do Porto/cidade. Mas nunca estas diferenças foram motivo de inveja ou, sequer, de justificação para o atraso.<br /><br />Em todo o caso, houve tempos em que a aproximação foi motivo de grande esperança. É verdade que o entusiasmo foi sempre muito maior do lado de lá do que do lado de cá. Mas houve excepções (raras e honrosas) e, muitas vezes, contra tudo e contra todos, os sonhos comuns foram transformados em projectos concretos e viáveis e a que só faltava o OK de "quem mandava" . Mas a realidade era outra e era a de um triste e já velho fadário OK imediato do lado de lá porque "quem mandava" estava lá, no sítio, e do lado de cá, a clássica e interminável corrida para Lisboa, mendigando um OK que nunca mais vinha ou que, quando vinha, já vinha tarde porque "quem mandava e manda" continua, ainda hoje, a estar fora do sítio!<br /><br />E foram anos de esperanças goradas, de ideias desperdiçadas e de projectos abortados! Será, isto, pessimismo em estado puro? Será, isto, pura maledicência? Será, isto, puro derrotismo? Talvez! Mas, tal como os factos, os números estão aí para responderem!<br /><br />A verdade é que hoje a situação só é idêntica à de antigamente no facto de nos continuarmos a olhar de ambos os lados da fronteira - que continua a não existir - de modo igualmente diferente é que a Galiza já não espera por nós e até já a vimos partir para outra: definitivamente, a Galiza cansou-se de esperar e já nem, sequer, arrisca pensar se o que nos falta é capacidade de decisão (localizada onde quer que seja) ou qualquer outra coisa. Mas, legítima, claro. A verdade é que não a quisemos no momento certo e ainda nem sequer sabemos se, algum dia, a vamos querer ter!</span></span>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-89014509602956271172008-04-28T22:35:00.005+00:002008-12-09T15:25:19.650+00:00Gaiteiros em festa!<span style="font-weight: bold;">Notícia o Jornal de Notícias de hoje, 28 de Abril:<br /><br /><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNqTihozOpi1GMCqlU8kRFekykNfIrzLPRMmkoLeyIgF_idp13b9P2nOiUjG2hVYl6g1Z7XApcrzwM61X-UyA84xWmZubeCkm5U06Sjq1HJZ4dNMtKk8h8ES9TUEe9X_8SOB6gtj3pOPVY/s1600-h/PauloPreto2003.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNqTihozOpi1GMCqlU8kRFekykNfIrzLPRMmkoLeyIgF_idp13b9P2nOiUjG2hVYl6g1Z7XApcrzwM61X-UyA84xWmZubeCkm5U06Sjq1HJZ4dNMtKk8h8ES9TUEe9X_8SOB6gtj3pOPVY/s320/PauloPreto2003.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5194439051742569634" border="0" /></a><br /><span style="font-weight: bold;"><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /></span><span class="arial_18_preto">Milhares saíram à rua para saudar os gaiteiros</span><br /><br /><br /><span class="arial_11_preto">Em regra anunciam as festas, mas ontem foram eles os "festeiros". Grupos de gaiteiros da região Centro e alguns convidados vindos do Norte, a que se juntaram, espontaneamente, representantes de outras partes do país, reuniram-se ontem na Pena, concelho de Cantanhede. O quinto encontro regional de gaiteiros reuniu cerca de uma centena de músicos amadores tocadores de bombos e gaitas de foles.<br /><br />"É uma manifestação popular da música em homenagem aos músicos de Pena, uma aldeia que chegou a ter vários grupos musicais", explicou ao JN Carlos Jorge Simões, um dos elementos da organização. Nem todos têm formação musical. Por tradição tocavam de ouvindo, sendo que hoje existem escolas de música para gaiteiros a surgir um pouco por todo o país. Promovido pelo Centro Cultural e Recreativo da Pena (CCRP), o encontro é já uma referência regional e começa a ter visibilidade nacional. Prova disso foi a vinda espontânea de 15 elementos ligados à Associação Gaita-de-foles de Lisboa. Também o grupo Rocos & Curiscos, ligado à Academia de Música de Ançã, do concelho de Cantanhede, se juntou à iniciativa pelo prazer do convívio e para praxar novos músicos. Convidados estavam os "Gaiteiros da Ponte Velha", de S. Tirso e vindos de Braga na companhia de gigantones e cabeçudos estiveram presentes os "Gaiteiros Ida e Volta". A festa durou todo o dia com arruadas pelas ruas da aldeia e milhares de pessoas a assistir às actuações de alguns dos grupos em Cantanhede e Portunhos. A animação esteve também presente num almoço convívio que serviu para a apresentação de uma mostra gastronómica da região. <b><br /><br />Licínia Girão</b></span>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-11563894418624587842008-04-25T22:11:00.001+00:002008-04-25T22:13:44.921+00:00Entrevista a Ludgero Marques<!--corpo central de artigo--> <!--texto artigo--> <table border="0" cellpadding="0" cellspacing="0" width="100%"> <tbody><tr> <td class="arial_14_vermelho" height="20"> <span style="font-size:85%;"><br /></span></td> </tr> </tbody></table> <!--/HEADER--><!--ARTIGO--> <span style="font-size:85%;"><span class="arial_18_preto">AEP na corrida pela gestão do aeroporto Sá Carneiro</span><br /><br /><br /><span class="arial_12_azul_claro"> Joana Amorim</span><br /><br /><span class="arial_11_preto"><i>A Associação Empresarial de Portugal (AEP) quer ter um papel activo na futura gestão privada do aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. E Ludgero Marques deixa ainda claro que a AEP terá de ter uma posição confortável, uma vez que não está para ser comandada. Claramente a favor dos privados, o empresário considera que as companhias aéreas "low cost" são vitais para o futuro do aeroporto. E, como seria de esperar, vai deixando recados ao Governo, que acusa de tratar o Porto como "uma cidade pequena qualquer".</i> </span><br /><br /><br /><span class="arial_11_preto">A AEP junta-se à Sonae e à Junta Metropolitana do Porto na corrida pela gestão do aeroporto Francisco Sá Carneiro. De que forma? Está tudo em aberto, garante Ludgero Marques ao JN. O importante é salvaguardar uma plataforma estratégica para o Norte, região "que está a definhar" não por culpa das suas gentes, mas de vários governos, diz.<br /><br /><br /><br /><b>JN|A AEP constituiu, no passado, um consórcio com empresas do Norte para concorrer à privatização do aeroporto Francisco Sá Carneiro. Vai "ressuscitar" esse consórcio?</b><br /><br /><br /><br /><b>Ludgero Marques|</b>A importância do aeroporto do Porto é muito grande para o desenvolvimento desta região [Norte]. Para termos uma maior visibilidade internacional não basta ter um aeroporto bom, bonito e funcional como o que temos, feito com pouco dinheiro mas mesmo assim com grande qualidade. Precisamos de ter um aeroporto capaz de atrair companhias aéreas que nos possam levar para as diversas capitais do Mundo.<br /><br /><br /><br /><b>E qual será o papel da AEP?</b><br /><br />Enquanto instituição representativa do empresariado português, a AEP respondeu sempre às necessidades que lhe eram exigidas. Fomos nós, até, que potenciámos o aparecimento da primeira companhia aérea entre Porto-Lisboa a LAR - Linhas Aéreas Regionais. Em todas as reuniões que se fizeram aqui no Porto com os ministros João Cravinho e Jorge Coelho nós tivemos sempre presentes e activos. Nessa altura, os ministros vinham ao Porto e conversavam connosco e com mais pessoas <br /><br /><br /><br /><b>E agora não vêm?</b><br /><br /> e muito do que está feito hoje no aeroporto do Porto é resultante das nossas pressões. E não queremos ser esquecidos de maneira nenhuma disso.<br /><br /><br /><br /><b>Essa disponibilidade já está planeada?</b><br /><br />Não temos nenhum planeamento específico. Temos é uma disponibilidade total para podermos ser incorporados ou incorporar parceiros que tenham condições para gerir um aeroporto. Mas que não seja gerido apenas de uma forma economicista, porque aí correríamos o risco de os preços poderem ser caros e orientados apenas para as áreas que interessariam a um consórcio exclusivamente economicista.<br /><br /><br /><br /><b>E está mais disponível para incorporar ou ser incorporada?</b><br /><br />Estamos disponíveis para tudo o que seja bom para o Norte, quer seja de acções da nossa iniciativa ou da iniciativa de outros. O que não poderemos é ser totalmente comandados. Temos que ter alguma posição para que se justifique a nossa presença.<br /><br /><br /><br /><b>Qual o modelo que agradaria mais à AEP o público-privado ou o exclusivamente privado?</b><br /><br />Sou apologista sempre da parte privada. Mas também aposto na público-privada quando a privada não responder totalmente aos anseios que existem.<br /><br /><br /><br /><b>Discorda então do ministro Mário Lino que já veio a público dizer que a gestão privada seria a morte do Sá Carneiro.</b><br /><br />Acho que o eng.º Mário Lino vai mudar de opinião outra vez. Já mudou uma vez ou duas ou três <br /><br /><br /><br /><b>O futuro do aeroporto passa pelas "low cost"?</b><br /><br />É importante que estejam cá. As "low cost" podem trazer para esta zona muito mais turistas.<br /><br /><br /><br /><b>Por falar em turismo, é dos poucos sectores em alta na economia do Norte. O Norte está a definhar?</b><br /><br />O nosso Norte tem de reaparecer. O Norte está a definhar, mas a culpa não é da gente do Norte. A culpa é da distribuição que os governos têm feito. Às vezes fico com a ideia de que o Governo não pretende ter uma segunda cidade forte, pretende ter muitas cidades pequenas. O Porto está a ser tratado como uma cidade pequena qualquer.<br /><br /><br /><br /><b>E continua a defender que a solução passa pela descentralização e não pela regionalização? </b><br /><br />Se for igual àquela [regionalização] que queriam fazer sou 100% contrário. Se falar em autonomias já começo a pensar Mas penso que isso não é possível.<br /><br /><br /><br /><b>É isso que explica a pujança da economia galega?</b><br /><br />Porque tem a gasolina mais barata (risos).<br /><br /><br /><br /><b>E criou verdadeiros clusters...</b><br /><br />A regionalização como estava pensada - distribuir mais funcionários pelo país mas comandados por Lisboa - não interessa. Agora se tivermos outro tipo de autonomia, recebermos dinheiro à moda do [Alberto João] Jardim, pronto Mas não tenho grandes expectativas de que isso aconteça.<br /><br /><br /><br /><b>O QREN é a derradeira oportunidade para a região?</b><br /><br />Está anunciado como tendo muito dinheiro. Agora depende da forma como vai ser distribuído. O Ministério da Economia tem anunciado uma quantidade de aprovações de projectos. De 15 em 15 dias vem assinar por aí papéis destes projectos. Espero que não aconteça o mesmo que se passou com a formação no fim dos anos 80. </span></span>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-27592737097132862922008-04-22T23:16:00.005+00:002008-12-09T15:25:19.943+00:00O Exemplo de Guimarães<span style="font-weight:bold;">Artigo de opinião, do Jornal de Notícias de hoje:</span><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6jr4Xx9U2tcY2MEWvHE2CH2pBeQg8L2U6pXUXZmHyi2yaH9wmmB0ySkCy9pBjpRIDjm167UPEpUEBAPuw82DcePZK4rGtse6I-b4BSredc-BEt1-SpExzpYo0RtpHwAQY9g_9N47tDyF2/s1600-h/guimaraes5.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6jr4Xx9U2tcY2MEWvHE2CH2pBeQg8L2U6pXUXZmHyi2yaH9wmmB0ySkCy9pBjpRIDjm167UPEpUEBAPuw82DcePZK4rGtse6I-b4BSredc-BEt1-SpExzpYo0RtpHwAQY9g_9N47tDyF2/s320/guimaraes5.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5192213760467035282" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />O exemplo de Guimarães<br /><br /><br />Alberto Castro, Professor universitário<br /><br />Aexistência de uma rede de cidades de dimensão média, cada uma com a sua história, cultura, especificidade e a sua vontade de protagonismo próprio, tem sido apontada como uma força da Região Norte. Os centralistas têm procurado passar a ideia de que a pretensão do Porto em se afirmar como segunda cidade do país colidiria com o desenvolvimento desses pólos. A eventual regionalização, em que o Porto emergiria como a capital da região, apenas reforçaria essa lógica, subalternizando e instrumentalizando os projectos dessas outras cidades. O Porto estaria para o Norte como Lisboa para o país. Ajudado por erros próprios, esse discurso passou, como se viu no referendo sobre a regionalização, com o resto do Norte a votar, esmagadoramente, contra. Para desfazer aquela ideia, importa alterar o discurso e as práticas. O Porto deve assumir-se como o porta-voz de um modelo de desenvolvimento diferente. Não deve pedir para si, mas reivindicar que se faça de outro modo. No tempo, poderia ter argumentado que, quando foi criada, a Autoridade da Concorrência deveria ficar sediada em Coimbra, onde existem competências naquele domínio. Ou que a Agência de Segurança Marítima ficaria melhor em Aveiro ou Viana do Castelo ou Faro. E, noutros tantos casos, poderia encontrar argumentos para que os beneficiários fossem Bragança, Viseu ou Évora.<br /><br />Perguntar-se-á quem, na ausência de um poder regional, pode falar em nome do Porto? Respondo: todos os actores relevantes, desde os políticos até à sociedade civil. Para isso é preciso ir percorrendo um caminho de construção de consensos sobre o papel do Porto numa nova economia. Se for esse o propósito, ao contrário do que alguns escribas centralistas querem fazer crer, não há discussão ou debates a mais, seja no Porto.<br /><br />A proposta da Sonae para gerir o aeroporto Sá Carneiro pode, como aqui já argumentei, ser um excelente exemplo do envolvimento interinstitucional e intra-regional que é necessário para dar à região o protagonismo e o dinamismo de que o país precisa. Belmiro de Azevedo anunciou que faz, ainda, parte do seu projecto a afectação, à promoção turística do Norte, do excedente acima do objectivo mínimo de rentabilidade de exploração fixado. Uma excelente proposta, consentânea com a tradição de fazer recair nos ombros da iniciativa privada o dinamismo da economia nortenha e a mostrar que nem só de QREN vive o Norte.<br /><br />Num Norte policêntrico, o Porto será o núcleo de uma rede com pólos fortes, com a sua própria identidade e protagonismo. Guimarães é, a esse título, um caso a ter em conta. Pela mão do seu discreto presidente da Câmara, António Magalhães, a cidade tem vindo a traçar e concretizar uma estratégia exemplar, traduzida na classificação do seu Centro Histórico como património mundial ou na recuperação e edificação do Centro Cultural Vila Flor. A designação de Guimarães para capital europeia da cultura em 2012 é, por uma vez, um acto de justiça. Que ao mesmo tenha estado ligada uma ministra natural de Braga não deixa de ser simbólico de uma nova mentalidade que ultrapassa invejas serôdias, alimentadas, durante muitos anos, pelo Poder Central.<br /><br />Em paralelo, o desempenho desportivo do Vitória local tem dado à cidade uma visibilidade mediática que de outro modo, provavelmente, não teria. Para além da sensacional carreira da sua equipa de futebol, o Vitória ganhou, recentemente, a Taça de Portugal de Basquetebol e o Campeonato de Voleibol. A forma como conseguiu estes dois títulos demonstra uma vontade de vencer, uma unidade de grupo e uma orientação paradigmática. No basquetebol, a perder por 6 pontos a pouco tempo do fim, conseguiu, ainda assim, dar a volta ao resultado, ganhando a um Porto sobranceiro e displicente, tudo isto já depois de ter eliminado o campeão nacional. No voleibol, a perder 2-1 em jogos e 2-0 em sets, conseguiu vencer os 3 sets seguintes, empatar a final e ir ganhar, a casa do adversário, o último jogo e o respectivo campeonato.<br /><br />É desta vontade de prosseguir um projecto próprio, desta determinação, deste acreditar, deste espírito guerreiro que nunca desiste que a região precisa. Se o exemplo de Guimarães puder ser emulado e frutificar noutras cidades, a região só fica a ganhar.<br /><br />Declaração de interesses portista e natural de Braga (o meu segundo clube, cuja vergonhosa desorientação está nos antípodas do Vitória), não me poderão acusar de parcialidade no que acima ficou escrito.<br /><br />Alberto Castro escreve no JN, semanalmente às terças-feiras.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-67948122957286733562008-04-11T19:24:00.006+00:002008-04-11T19:40:01.667+00:00Galegos discutem acordo na Assembleia<object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/OYhq7FNL9kk&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/OYhq7FNL9kk&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br /><br /><br /><object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/7TIVeEpAQPQ&hl=en"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/7TIVeEpAQPQ&hl=en" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br /><br /><br />Na discussão do novo acordo ortográfico, tiveram a oportunidade de participar os presidentes da AGAL - Associaçom Galega da Língua - e da Academia Galega da Língua Portuguesa. As suas intervenções serviram para vincar a sua aproximação à lusofonia e esclarecer alguns que possam andar mais distraídos acerca da questão linguística e da imposição do castelhano que padecem os galegos do norte.<br /><br />À cada vez mais crescente adesão das pessoas ao reintegracionismo, junta-se agora a participação galega na discussão do acordo, o que poderá contribuir mais e melhor para a aceitação do galego, na sua forma histórica, por parte dos galegos. E com todo o direito. O galego como variante da língua portuguesa (ou vice-versa) deve participar nestas discussões e defender os seus interesses e pontos de vista.<br /><br />Cada vez mais, na parte norte da Galiza, as pessoas aceitam o reintegracionismo, por perceberem que, na norma portuguesa ou na norma AGAL, é a aproximação do galego à sua ortografia histórica, ao invés da norma RAG, cujo respeito que demonstra é o respeito polo castelhano, apenas. É ver em Vieiros os comentários e perceber que há um maior número de pessoas a escrever na norma padrão portuguesa ou na norma AGAL. É ver o número de páginas de internet que escrevem reintegrado. É ver o número de empresas - através do muito importante contributo da Galempresas - a adoptar o galego como língua de trabalho. Mesmo os que são defensores e escrevem na norma da Real Academia Galega começam, muitos deles, a respeitar os que adoptaram o reintegracionismo e a dissociá-lo de algum bicho papão. Que não é!. E fazem bem! O reintegracionismo é, na minha humilde opinião - a salvação do galego como língua escrita e falada. Integrada num universo de 250 milhões de falantes, partilha um espaço comum vasto, com todas as potencialidades que isso poderá atrair.<br /><br />Acima deixo duas ligações às intervenções de Alexandre Banhos, presidente da Associaçom Galega da Língua, e de Ângelo Cristóvão Vicente, presidente da Academia Galega da Língua Portuguesa.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-8610896120726716202008-02-04T16:53:00.000+00:002008-02-04T17:42:32.342+00:00O Entrudo<object width="425" height="355"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/Lwk3NtnobTI&rel=1"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/Lwk3NtnobTI&rel=1" type="application/x-shockwave-flash" wmode="transparent" width="425" height="355"></embed></object><br /><br /><br /><br /><br /><br />A cultura tradicional popular tem na Festa o cenario máis importante no que desenvolve a maior parte das suas relaçons sociais. Existe um festejo com claro passado pagám e cuja orige remonta-se aos mais ancestrais tempos pretéritos, posteriormente resituados na órbita cristá, que goza de grande predicamento e seguimento entre o pobo galego: o Antroido ou Entroido ( carnaval galaico ).<br />A orige do termo pode-se situar na voz latina "introitus" ( entrada ) por assinalar a entrada posterior ao período da Quaresma.<br />O Antroido sempre gozou de grande seguimento popular, pois a doutrina cristá esigía no subsiguiente período de Quaresma umha rígida penitencia e abstinencia: prohibiçom de comer carne e suspensom de festas e celebraçons.<br />Nas datas de antroido realizam-se grandes rituais gastronómicos nos que a carne de porco tem umha presença essencial: cacheira, lacóm, rojóns, tripas, botelo, chouriços..., exquisitas sobremesas como "o bolo de antroido" (preparado com farinha de milho e centeio é um pam de mesa sem levedar), filhoas, orelhas e flores...<br />Pero o Antroido nom só é gastronomia já que trata-se da festa popular de maior transcendencia do ano. Antigamente era a época preferida pra a representaçom de obras teatrais ( o antroido é em si mesmo umha grande peça teatral). Tradicionalmente durante estas festas pode-se expressar com impunidade a "vox populi". Antano começaba-se em Janeiro, com dous domingos de antelaçom ao "domingo de entroido" ja se celebraba nalguns lugares o "fareleiro": os mais moços espalhabam o "farelo" (casca esmiuçada de grande de cereais, que no moinho separa-se da farinha ) sobre as moças, que em ocasions era substituído por folhim ou cinza.<br />O domingo anterior ao "de Antroido" conhece-se como "corredoiro", pois nalguns lugares era tradicional a "corrida do galo". As quintas-feiras anterior e posterior a esta data conhecem-se como de "compadres e comadres" , simbolizando a eterna loita de sexos: na quinta-feira de comadres os representantes masculinos portam images que representam às mulheres, quenes tentabam arrebatar-las pra evitar a sua queima; nquinta-feira de compadres invertiam-se os papeis.<br />Mas é o sábado e domingo de antroido cando começa o esplendor.<br />Moitos som os protagonistas do entroido da Galiza chegados a partir da antiga raigame popular:<br />* "Cigarróns" (Verim), "peliqueiros" (Laza), "felos" (Maceda e O Bolo), "pantalhas" (Ginzo de Lima) - poboaçons da província de Ourense - som as máscaras mais antigas e gozam de total imunidade (nom se pode-lhes tocar), gastam bromas e malham aos viandantes cum látego ou unha bexiga que levam cinguida a um pau.<br />Os "cigarróns" e "peliqueiros" levam um pucho no que representan motivos animais ou astrais e careta de madeira. Com vestimenta formada de calçom e chaquetilha anunciam a sua presença co som dos grandes cencerros que levam na sua cintura. Desfilam em fila indiana, saltando sem parar sem que ninguém descubra a sua identidade.<br /><br />* Os "gerais e correios" som a figura mais notória no Vale do Ulha: um agrupamento conduzido por um general a cabalo, e precedida polos seus "correios", enfronta-se a outra homónima e rival, iniciando-se umha guerra de agudeza na composiçom de versos trala que os generais assinam umha trégua ata o vindeiro Antroido.<br /><br />* As "madamas e galáns" de Cobres - Vila Boa (Ponte Vedra) salientam por um vestiário moi colorido e fastoso: sobre umha vestimenta de cor branco luzem enorme cantidade de rechamantes complementos (mantóns de manila, colares, chapéus, cintas...).<br /><br />* "O rei Urco e o loro Ravachol" representam o antroido pontevedrés. O primeiro apresenta-se na cidade cos seus exércitos, e Teucro, em inferioridade, recebe-o cumha festa que dura tres dias; ao final morre envelenado.<br />O enterro do "loro Ravachol" (nome posto por Perfecto Feijoo ao seu loro ) celebra-se o sábado posterior à terça-feira de antroido e substituiu ao enterro da sardinha.<br /><br />* O Enterro do Antroido: o antroido remata a quarta-feira de cinza", co "enterro da sardinha" na maioria dos lugares. Umha tradiçom importada da meseta na segunda metade do século XIX, pois o tradicional na Galiza eram os enterros de "mecos, entroidos ou momos". Tal enterro nom deixa de ser umha inhumaçom polo rito cristam no que o defunto é a sardinha.<br />Cada localidade representa num boneco-rei a figura do entroido ( entroidos, mecos, momos, "o Filipe", "o Filipinhoo ", " o Marcial", "o Farruco"... ), que é queimado na cerimonia.<br /><br />* "Domingo de pinhata": celebra-se o domingo posterior à quarta-feira de cinzas (primeiro domingo de quaresma) e é umha oportunidade pra romper a penitencia e o recolhimento da quaresma. A "pinhata" é un jogo infantil relacionado co galego "jogo das olas" o cal celebraba-se nalguns lugares da província de Ourense polo antroido.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-77091084396608789222008-01-10T13:05:00.000+00:002008-12-09T15:25:20.083+00:00As Fogueiras de Dezembro<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje062ifbBMvnrDWLIeP5A7oGwe153K6FSnffDTp6vLLWD9FlXVzlzbTy_qFvxAo92avTcyDglbuovHTPNemhaYXp6INN7mVMZn2dww8wzC1wN55fhl9DF7mkXA-OObS3CXoKEz5Jrr_T_d/s1600-h/fogueiranatal.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje062ifbBMvnrDWLIeP5A7oGwe153K6FSnffDTp6vLLWD9FlXVzlzbTy_qFvxAo92avTcyDglbuovHTPNemhaYXp6INN7mVMZn2dww8wzC1wN55fhl9DF7mkXA-OObS3CXoKEz5Jrr_T_d/s320/fogueiranatal.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5154198306471924466" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Polos finais de Dezembro, nas noites de Natal e de Passagem d'Ano, anualmente repete-se com rigor a celebração das festas em redor de uma fogueira. Por essas aldeias e vilas fora, amontoam-se os toros na praça principal, por norma defronte da igreja, e à noitinha ateia-se o fogo à lenha e o povo começa a juntar-se em redor do lume. Celebra-se, canta-se, come-se e bebe-se. Para aquecer, claro está.<br /><br />O conceito que temos de Natal, hoje em dia, alude a uma noite caseira, com a lareira acesa (onde a houver), a família por companhia e muita doçaria e lambarice à mesa para ir degustando juntamente com um Porto ou outra bebida fina. Temos aquilo que se chama um Natal passado em família. Dai a minha surpresa quando nos meus tempos de Liceu um amigo meu me ter contado acerca do Natal dele, em Macedo. Quando lhe atirei com "O costume, passado em casa com a família", após ele me ter perguntado pelo meu Natal, ele responde-me que em casa foi coisa que ele não ficou. E que o passou com os amigos. Porventura a família também lá estaria, junto do lume, a comer e a beber e a dançar. Como estaria a aldeia em peso, já que nessa noite ninguém ficava em casa. O natal dele era passado de uma forma para mim impensável e, até então, fora do convencional daquilo que era um Natal tradicional. Julgara eu.<br /><br />Esta tradição que ocorre nos finais de Dezembro, nas zonas do Noroeste Peninsular, remonta aos tempos em que as populações celebravam o solstício de Inverno, em finais de Dezembro. Fogueiras enormes eram acendidas por todo o lado para comemorar a entrada no período do frio, pedindo dessa forma aos deuses que o lume fosse sua companhia no Inverno, que a luz estivesse presente e que as colheitas do ano vindouro fosse de feição às suas expectativas. Era a festa da luz, a festa do fogo. Por toda a Europa celta se repetia este ritual e, ainda hoje em dia, as variantes destas celebrações podem ser encontradas na Europa central - casos da Suiça, Áustria e sul da Alemanha, onde o culto da árvore permanece, sendo esta queimada no dia do solstício. Na Alsácia e na Lorena são as luzes que imperam. Todas esta manifestações se relacionam com o culto do solstício.<br /><br />Esta data e estas celebrações foram posteriormente adaptadas pela igreja à sua iconografia cristã, convertendo-se esta festa num culto ao menino Jesus, ao seu nascimento, mas mantendo os contornos de celebração do Sol. Como não conseguiram com que as populações abandonassem os seus costumes, tomaram-nos por seus e adaptaram-nos a uma forma mais cristã, introduzindo elementos seus nestes rituais. O facto de o Natal se celebrar a 25 de Dezembro não é casual, já que incide em cheio com o período de celebrações que se prestavam ao solstício.<br /><br />Estas relações vim eu descobri-las mais tarde, como mais tarde descobri - há bem pouco tempo mesmo - que o meu pai celebrava dessa maneira a passagem de ano. E fê-lo até uma idade de jovem quase adulto. Quando comentei com ele estes hábitos de fazer uma fogueira enorme no centro da aldeia ou da vila por essa época, diz-me ele que em moço também assim comemorava a passagem de ano. Que ali para os lados da Serra do Pilar, em Gaia - para quem não conhece é aquele cabeço de monte onde está instalado o Mosteiro da Serra do Pilar, com a sua especial igreja redonda que contribui para o cenário paisagístico que formam o Porto, a ponte, o rio e a parte de Gaia -, pela noite de fim de ano, se fazia uma enorme fogueira onde as pessoas se reuniam para dançar e, como não poderia deixar de ser, comer e beber. Fiquei surpreendido, claro. Embora depois de o saber não poder deixar de achar que seria normal, já que por toda a região assim era, ali não poderia deixar de ser. Como região galega que é em costumes, tradições e crenças.<br /><br />Acontece que essas tradições vão caindo em desuso aqui no Porto, por lástima. Tal como já não se faz a fogueira no fim de ano, também no São João já não se fazem pequenas fogueiras espalhadas pela cidade e já não se salta por cima delas, em número de três, para dar sorte para o ano vindouro. O Porto, considerado o baluarte desta região, o defensor das tradições nortenhas, também esquece e, aos poucos, vai abandonando as suas tradições, para absorver outras que não são suas e que nos são trazidas de outras paragens mais a sul.<br /><br />Felzimente a tradição teve um forte impulso nestes últimos anos e ganhou outro vigor, por essas aldeias fora. O costume não se perdeu de vez e começa a gora a ser impensável passar a noite de fim de ano e de Natal sem a tradicional fogueira. Os jovens tomaram-lhe o gosto e seguiram os costumes dos seus pais e avós. <br /><br />Assim se mantém uma tradição. E assim se preserva uma cultura.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-50849762461149912642008-01-08T15:57:00.000+00:002008-12-09T15:25:20.303+00:00E a Espanha (e a Galiza) aqui tão perto...<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggRb2EsSEmr8ySlRdzXwgHA5rDak22KW_Ll9eIrfMa5Qsjh_iFe22DvTWovevbvloSEfME049DSUllrpTSW_06o4HEq5JFuI2ClFAUQp54mq2HpHChkX9vdHz7Zrf1xiegp7tYuiiM9TTi/s1600-h/espanha_port.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggRb2EsSEmr8ySlRdzXwgHA5rDak22KW_Ll9eIrfMa5Qsjh_iFe22DvTWovevbvloSEfME049DSUllrpTSW_06o4HEq5JFuI2ClFAUQp54mq2HpHChkX9vdHz7Zrf1xiegp7tYuiiM9TTi/s320/espanha_port.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5153149020191707874" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Transcrevo aqui um texto de Luís Costa, colunista do JN, na sua edição de sábado. Após um interregno motivado por questões pessoais e profissionais, torno à edição deste o blogue, que espero se tão assídua como fora até à sua interrupção.<br /><br /><span style="font-weight:bold;">E Espanha aqui tão perto </span><br /><br /><br />Luís, Costa, Jornalista<br /><br />Ciclicamente, surgem estudos e estatísticas que nos atormentam com a lamentável realidade em que mergulhou a região Norte do país nos anos mais recentes.<br /><br />Já não bastava sabermos que o Norte, que há apenas duas décadas ainda integrava o grupo das dez regiões mais industrializadas da Europa, está agora - mesmo no quadro de uma União Europeia alargada 27 países - no grupo das regiões mais pobres.<br /><br />Já não bastava sabermos que o Norte, nos últimos dez anos, tem andado a divergir no crescimento, quer comparemos com a média nacional quer com a média comunitária, apesar dos dinheiros de Bruxelas que supostamente deveriam estar a ser aplicados na região e a conferir-lhe uma renovada dinâmica.<br /><br />Já não bastava sabermos que a política regional europeia, ao contrário do que tem sido a prática da nossa política doméstica, não é uma política de cúpula, mas uma política de parceria e descentralizada, onde as responsabilidades são compartilhadas - numa autêntica Europa de regiões - e em que os projectos são geridos no próprio terreno.<br /><br />Já não bastava sabermos que praticamente tudo aquilo que é mau a nível nacional (desemprego, falência de empresas, baixos níveis de formação académica e profissional, abandono precoce da escolaridade, índices reduzidos de produtividade, escassa geração de riqueza) é pior ainda se olharmos unicamente para o Norte.<br /><br />Já não bastava sabermos que nas dez sub-regiões mais pobres do país figuram quatro espaços territoriais nortenhos - Tâmega, Alto Trás-os-Montes, Minho-Lima e Douro - e que somente o Grande Porto integra o "top-ten" das sub-regiões mais ricas, mesmo assim em quarto lugar, praticamente lado a lado com o litoral alentejano, embora seja a segunda metrópole do país.<br /><br />Já não bastava sabermos tudo isto e um trabalho realizado em parceria pelos institutos nacionais de estatística de Portugal e de Espanha vem dizer-nos que o Norte português desceu para a cauda de todas as regiões da Península Ibérica - incluindo as ilhas - no "ranking" do rendimento disponível bruto das famílias, por pessoa. Mais na vizinha Galiza, esse mesmo rendimento chega a duplicar idêntico rendimento na região Norte. E, claro está, de todas as regiões portuguesas a única que rivaliza com o rendimento disponível bruto das famílias espanholas é a região de Lisboa.<br /><br />É nestas alturas que me lembro de uma frase brilhantemente simples de Poças Martins, na altura a exercer funções autárquicas em Vila Nova de Gaia, por sintetizar na perfeição o drama de um país estruturado numa lógica político-administrativa praticamente imutável desde finais do século XIX "Temos uma divisão administrativa do território que não é adequada ao desenvolvimento. Assim, vamos de vitória em vitória até à derrota final".<br /><br />Perante este quadro, vale a pena relembrar que, pela primeira vez nos últimos 30 anos, o primeiro-ministro e o líder do maior partido da oposição mostram estar em sintonia quanto à necessidade de avançar com o processo político da regionalização.<br /><br />É verdade que nenhum deles quer comprometer-se com calendários rigorosos, e até nisso parecem estar de acordo. O que, embora se compreenda do ponto de vista táctico (na suposição de que não existem ainda as condições necessárias a um bem sucedido referendo sobre a matéria) dá sempre para desconfiar quanto às reais intenções de Sócrates e de Menezes até por ambos serem "cristãos novos" desta nobre e velha causa.<br /><br />O certo é que a oportunidade existe, como nunca antes existira, e não pode de modo algum ser desperdiçada por quem acredita, com efectiva sinceridade, termos uma divisão administrativa do território manifestamente desadequada ao desenvolvimento. No âmbito do próximo ciclo eleitoral legislativo, que é já em 2009, os líderes dos dois maiores partidos portugueses têm de ser ferozmente confrontados com aquela necessidade - e com as suas promessas e profissões de fé.<br /><br />Para quem acredita que da sobrevivência do Norte depende a sobrevivência do próprio país, a palavra de ordem só pode ser uma até 2009, paciência; depois de lá chegarmos, insistência. Caso contrário, embora correndo o risco de irritar aqueles que trazem sempre a Pátria na boca e a unidade nacional na ponta da língua, mas Lisboa no alforge, mais vale dar razão a José Saramago e admitir que, mais tarde ou mais cedo, acabaremos inapelavelmente anexados por Espanha. E, por este andar, quanto mais cedo melhor.<br /><br />Luís CostaSamhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-17702346376615422962007-09-28T15:57:00.000+00:002008-12-09T15:25:20.456+00:00Símbolo de Unidade e Permanência<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjraDxUBlD-QPTwidlNKNcWlREVnpVtcIzNPN4gPLYaPs00P_SSww8nY3gwkOh6aN1sv4AUbNqMKgtPHk96XKEtt4b1_9E04E1bdHMentirVm09eiuyS_SFEilIXBqCGy1hCzm02NCaA9rZ/s1600-h/macarlos_low.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjraDxUBlD-QPTwidlNKNcWlREVnpVtcIzNPN4gPLYaPs00P_SSww8nY3gwkOh6aN1sv4AUbNqMKgtPHk96XKEtt4b1_9E04E1bdHMentirVm09eiuyS_SFEilIXBqCGy1hCzm02NCaA9rZ/s320/macarlos_low.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5115285703147995554" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Pela presente elevo uma imagem deste Macaco como símbolo da unidade e da permanência do Reino de España, projeto político que detesto!Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-33334628696007946902007-06-26T21:51:00.000+00:002008-12-09T15:25:20.569+00:00O Lapso Geográfico<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZgFuwHlaDOh_cHn0V4GoDOdNlgN1glHotuzcO5ZXaL5D7oonR0aDqrNd2vyY0XJSQjIR9o-J4EZDl_AkC2ndR61GxGgnVZV72XCL0X7fk7yStHXD52tfcpuFiZ-Ui9C5bMEqLkMxpoiw2/s1600-h/serralves01.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZgFuwHlaDOh_cHn0V4GoDOdNlgN1glHotuzcO5ZXaL5D7oonR0aDqrNd2vyY0XJSQjIR9o-J4EZDl_AkC2ndR61GxGgnVZV72XCL0X7fk7yStHXD52tfcpuFiZ-Ui9C5bMEqLkMxpoiw2/s320/serralves01.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5080501212824220498" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />A inauguração do Museu Berardo teve pompa e circustância. Uma das poucas falhas a que Lisboa se tinha permitido a ela própria até agora encontrava-se neste campo e foi com honras de inauguração do primeiro-ministro com que ela foi colmatada. Metade do governo de Sócrates mais a inevitável <span style="font-style:italic;">sociedade</span> lisboeta quis estar presente e ficar associada a este momento importantíssimo da vida cultural da capital.<br /><br />E sem dúvida que sim, que uma cidade comsmopolita como Lisboa merecia já um museu de arte contemporânea de nível internacional, ainda que tenha partido da iniciativa de um empresário e da sua colecção privada. Que interessa? O que interessa é que esse museu passou a ser uma realidade e todos, como não poderia deixar de ser, quiseram tirar partido dele. Os <span style="font-style:italic;">socialites</span> com o fim de aparecer em mais um evento a ser publicado na imprensa cor-de-rosa, os intelectuais a criticar a falta de uma instituição deste nível, os artistas a falar da importância de o país passar a ter agora um espaço que pudesse acolher obras de renome internacional e, claro está, os membros do governo, a fazer caso disto como se fosse obra sua.<br /><br />Não chegasse esta postura indecente e sem-vergonha do primeiro-ministro mais a sua equipa, ainda se consegue cometer a indelicadeza, a ignorância e a prepotência de afirmar que, com o dito museu, o roteiro da arte contemporânea deixa de acabar em Madrid para começar em Lisboa. E afirma-o, deixando para canto, ignobilmente, a existência do Museu de Arte Contemporânea de Serralves - que fica na cidade do Porto e, que eu saiba, por enquanto, ainda fica em Portugal! - e toda a sua contribuição para a divulgação da arte em território nacional, trazendo ao Porto os nomes mais sonantes, tal como Paula Rego e Francis Bacon, para me limitar apenas aos que são de maior reconhecimento, e que bateram recordes de afluência sucessivos.<br /><br />Como sempre, os governantes tenhem os horizontes muito limitados e todos sabemos onde esses horizontes acabam. A sua realidade é apenas a realidade da cidade que habitam e, diariamente, revelam desconhecer a realidade que abrange a totalidade do país. Como sempre, Lisboa é a cara de Portugal e o que chega lá chega a Portugal, mesmo que exista já noutro ponto do território. A ignorância que revelam nas matérias mais simples leva-nos a temer pelo pior quando falamos de assuntos mais delicados como a saúde e o (des)emprego. E quanto a isso, temos o que temos tido. Com o consentimento de todos, que nos deixamos governar por quem não nos conhece...Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-15974332392147954242007-06-25T09:49:00.001+00:002008-12-09T15:25:20.770+00:00Emílio Perez Tourinho em Entrevista ao JN<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-n2z8EvcKpL0hPXlIp06Nx6Qhyphenhyphen6ogPaeejAi2iUseF55A96hp3KQYpJdCIGCCj4oKBe8u5ZpyzEUr9zhUbRna2tQJr45cs6rZ86RTgM_1RifFu1XMlE1mIEPkJL2homWLsYrWN0gEiLzj/s1600-h/emilio.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-n2z8EvcKpL0hPXlIp06Nx6Qhyphenhyphen6ogPaeejAi2iUseF55A96hp3KQYpJdCIGCCj4oKBe8u5ZpyzEUr9zhUbRna2tQJr45cs6rZ86RTgM_1RifFu1XMlE1mIEPkJL2homWLsYrWN0gEiLzj/s320/emilio.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5079940062462096178" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />A economia da Galiza cresce a um ritmo invejável. Emilio Pérez Touriño, o socialista que preside à Junta da Galiza desde 29 de Julho de 2005, explica, em entrevista ao JN, as razões da pujança. Fala das relações com o Norte e deixa um aviso mais atrasos no TGV serão catastróficos.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Jornal de Notícias|A Galiza está a crescer, há seis semestres seguidos, acima do resto da Espanha e mesmo da média europeia. Qual é o segredo do sucesso?</span><br /><br />Emilio Pérez Touriño|Creio que existem vários elementos fundamentais. O primeiro é o clima de estabilidade e confiança. Propiciámos um marco de acordo e diálogo social. Essa foi a primeira tarefa que propus quando cheguei ao Governo. Convocámos os representantes dos empresários e todas as centrais sindicais e propusemos-lhes criar uma mesa estável e de diálogo social. Delineámos o objectivo de, em um ano, chegar a um acordo pela produtividade e o emprego da economia galega, com uma série de reformas e de medidas concertadas. Creio que esse clima foi alcançado.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">E os outros dois factores?</span><br /><br />O segundo elemento é que, nos últimos anos, a economia galega conheceu uma modernização infra- -estrutural significativa, no que toca à qualificação dos seus recursos humanos. Existem três universidades e há um nível de qualificação elevado. Eu dou um valor singular, no ranking da importância, à educação e à formação. E, em terceiro lugar, considero que se gerou um núcleo de potentes investidores, de líderes empresariais Nos sectores automóvel, das pescas, agro-alimentar e de transformação de rochas ornamentais.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">As exportações galegas estão a crescer 17 por cento. Este aumento é em valor ou em quantidade?</span><br /><br />Essa é uma pergunta muito pertinente. Não estamos a só a crescer em quantidade. A componente das exportações que gera valor acrescentado está a ganhar muito peso. As exportações que incorporam valor acrescentado e uma componente média/alta do ponto de vista tecnológico são 25% do bolo total. E estamos a ganhar em produtividade. No último ano, a economia espanhola não teve crescimento de produtividade, mas a Galiza cresceu um por cento. Nos últimos dois anos criou-se 64 mil empregos. E estamos a reduzir a precariedade, que era um dos nossos maiores problemas. Crescíamos precarizando o trabalho - e isso não é bom socialmente, nem economicamente.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Que políticas está a seguir para conseguir manter este ritmo?</span><br /><br />Os nossos motores de crescimento são a educação e a inovação. Há que vencer o desafio da produtividade da economia. Este é o objectivo central de toda a política económica. E não há outro remédio senão melhorar o capital humano e tecnológico. Quando tomei posse neste Governo planeei um crescimento de 20 por cento para a Educação em quatro anos. Praticamente, em dois anos, alcançámos esse objectivo. Estamos a qualificar a fundo os nossos recursos. O outro elemento fundamental é melhorar a nossa capacidade de investigação e de inovação. O de-senvolvimento tecnológico. Pusemos em marcha dois grandes planos, cada um dotado de 800 milhões de euros. Um tem a ver directamente com a investigação e inovação e o outro com o acesso à sociedade do conhecimento, a extensão da banda larga a toda a geografia galega. Estamos a criar instrumentos potentes e inovadores nesse sentido<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Por exemplo?</span><br /><br />Criámos uma fundação da chamada sociedade do conhecimento, a que presido, em que participam as nossas três universidades, as três entidades financeiras mais importantes da Galiza (Caixa Nova, Caixa Galicia e Banco Pastor) e as sete principais empresas da região. É uma parceria público/privada para lançar projectos. O primeiro, que acabámos de aprovar, é uma sociedade de investimento, em que estão as três principais financeiras e os principais empresários, que nasce com um fundo inicial de 100 milhões de euros destinado a seleccionar projectos de investimento que gerem alto valor acrescentado à nossa economia. Queremos projectos singulares que actuem como motores, como elementos dinamizadores..<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">O Governo participa?</span><br /><br />O Governo vai retirar-se. Apenas lançámos a ideia, mas estamos fora da sociedade de investimento. No terreno das energias renováveis, da eficiência energética, temos um grande terreno para trabalhar. A Galiza está a apostar nas energias renováveis, nas eólicas, na energia solar, etc Temos a pretensão de liderar em Espanha e ir mais além no ritmo e na potência, sobretudo na eólica, em que temos um ritmo de implantação forte. Os empresários acreditam que se pode lançar projectos rentáveis nessa matéria, que podem ser reduzidos custos e melhorada a produtividade. Estamos a ajudar na criação de "clusters", de agrupamentos empresariais. Estamos a trabalhar sobretudo no terreno da inovação, do conhecimento, do associativismo empresarial, a potenciar projectos para nos internacionalizarmos <br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Consegue identificar a Galiza que existia quando chegou ao Governo e a de hoje?</span><br /><br />Na fase anterior, a Galiza tentou competir com um modelo de salários baixos - tínhamos os mais baixos de Espanha -, de precarização e com uma competição por baixo. O mal é que, por baixo, o terreno está ocupado pelos países do Leste Europeu e asiáticos. Queremos substituir uma economia de subvenção (os empresários têm de ter vida por si próprios, não podem depender do financiamento e da subvenção indiscriminada da administração pública) por uma cultura de risco e de inovação. Acompanhamos, propomos, lançamos iniciativas, geramos contextos competitivos, mas não queremos estar a substituir a iniciativa privada, porque isso é pão para hoje e fome para amanhã.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Como um bom conhecedor do Norte de Portugal, o que é que acha que impediu a região de evoluir?</span><br /><br />Quando olho para trás sinto-me um pouco surpreendido. Recordo que, há dez anos, era ao contrário. Nos anos 90, tinha a impressão de que os galegos olhavam o Norte de Portugal e para o Porto como uma referência emergente. As coisas evoluíram de forma díspar e talvez nós, nos finais da década de 90, tenhamos acelerado mais o passo e aproveitado oportunidades. Provavelmente a Região Norte foi um pouco mais lenta na sua evolução, mas creio que nada a impede de pensar num futuro optimista.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Em que medida a descentralização política podia ajudar o Norte?</span><br /><br />A descentralização política, a autonomia, ajudou muito ao que o meu antecessor (Fraga Iribarne) chamava de auto-identificação do país, ao gerar forças próprias e estímulos endógenos. Mas não é o cem por cento da explicação. Tem também muito a ver com iniciativa empresarial. A autonomia foi um factor decisivo para gerar iniciativa empresarial, para lhe dar asas, para que voassem as iniciativas e para dotar a Galiza de equipamentos, de serviços, de estruturas, e para o crescimento das universidades. A excelência empresarial tem muito a ver com o âmbito autonómico. Mas, dito isto, também é verdade que a própria iniciativa empresarial, que umas vezes acerta e outras não, foi determinante.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Entende que, com a regionalização, Portugal poderia ser hoje um país diferente?</span><br /><br />Diferente sem dúvida e, com a prudência extrema a que me obriga a minha responsabilidade institucional e o respeito que devo a um país amigo, ao seu Governo e às suas decisões, creio que esse é um caminho que vale a pena percorrer. A experiência espanhola foi extremamente positiva. Há uma leitura a fazer passado este tempo. Além de nos resolver um problema de diferenças culturais, linguísticas, políticas do Estado espanhol, a autonomia foi muito positiva do ponto de vista dos efeitos de descentralização política e económica. Ajudou a melhorar o ritmo, o andamento, a autoconfiança, a estabilidade, etc. E isso é quantificável em termos económicos. A regionalização é uma aposta que acompanho de perto com muita atenção e com muita vontade que resulte.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Entende que, com a regionalização, Portugal poderia ser hoje um país diferente?</span><br /><br />A Galiza está ainda longe da média europeia e espanhola. Somos uma das comunidades com piores equipamentos. Temos uma taxa de desemprego de 8,5 por cento. Estamos a reduzir e pensamos que estamos no caminho certo, porque neste último ano, por cada dez pessoas que saíram do desemprego em Espanha, cinco eram galegas. Sonho que, num horizonte mais ou menos próximo - quatro, cinco anos -, a Galiza possa chegar ao pleno emprego.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Acha que o Norte de Portugal está a aproveitar devidamente esta pujança da economia galega?</span><br /><br />Creio que estamos a avançar, através do trabalho conjunto entre a Junta da Galiza e a Comunidade de Trabalho Galiza-Norte de Portugal, para feitos que podem ser muito importantes e atractivos. No meio ambiente, a ideia que lançámos para a cooperação no tratamento conjunto das bacias hidrográficas do Minho, do Tâmega, e todo este conjunto de acções, como a exploração como reserva da bioesfera do Parque Nacional da Peneda-Gerês, o tratamento ambiental conjunto, o desenvolvimento sustentável transfronteiriço, o começar a fazer mestrados e pós-graduações nas universidades de um lado e do outro, é um caminho. Fechar as infra-estruturas, a rede de comunicações pelo litoral e pelo interior são projectos que podemos cumprir. O que mais me preocupa é que a iniciativa privada de um lado e de outro encontre acções de cooperação.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Os empresários do Norte de Portugal têm aproveitado um espaço de oportunidade?</span><br /><br />Temos que insistir e continuar a trabalhar nessa direcção. Creio que há caminho e muito mais território para fazer coisas juntos. Temos que aproveitar isso. É impensável que trabalhemos separadamente.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Imagine que era presidente de uma Região Norte de Portugal. O que diria aos empresários para fazer?</span><br /><br />Desde logo para trabalharem juntos. Esta fundação para a sociedade do conhecimento, inovação e desenvolvimento tecnológico poderia ser uma plataforma conjunta. Poderíamos perfeitamente criar instrumentos conjuntos para ser mais competitivos, para captar fundos europeus, para apresentar projectos de maior dimensão em Bruxelas e, por que não?, programar e tornar as nossas infra-estruturas complementares. Não vejo nenhuma razão, além dos interesses locais, para que possamos pensar que, por exemplo, o aeroporto do Porto não seja uma plataforma aeroportuária que me convenha a mim na Galiza. Não quero dizer que isso retire capacidade aos meus aeroportos. Para os cidadãos e empresários galegos, ter uma plataforma potente para viajar ao outro lado do Atlântico, para os tráfegos de longo percurso, sem ter de ir a Madrid, provavelmente será uma solução. Convém-nos e vice-versa. O porto de Vigo pode ajudar a jogar mais forte, sem que isso seja um elemento negativo, mas antes complementar do porto de Leixões.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Ainda há um caminho grande a percorrer para chegar à plena integração da euro-região?<br /></span><br /><br />É um processo inacabado. Teremos de continuar a dar passos. Agora temos a ideia de criar uma segunda geração de cooperação transfronteiriça, em que, em vez de estarem uns cá e outros lá e só nos vermos de vez em quando, haja um espaço partilhado e membros de ambas as partes que nessa sede sigam os projectos e os impulsionem.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Que pensa da ideia que se gerou há já alguns anos de que há uma invasão espanhola sobre a economia portuguesa?</span><br /><br />Isso preocupa-me, porque a desconfiança gera incerteza, retrai e cria debilidade. O melhor que podemos desejar mutuamente é ser fortes, e ser fortes juntos. Seria bom que ajudássemos a superar essa ideia. Fazer um trabalho conjunto de criação de opinião, porque acho que seria mau para os dois países criar barreiras, que existiram, por certo, há algum tempo atrás e que hoje não deveriam existir.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Como é que vê o fenómeno da invasão de trabalhadores portugueses na Galiza?</span><br /><br />É certo que há uma grande afluência de portugueses a trabalhar na Galiza e consta-me que o estão a fazer muito bem. São bons trabalhadores, é gente tão boa como a nossa.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Os trabalhadores portugueses que vêm para a Galiza são genericamente de baixa qualificação.</span><br /><br />Há que inverter essa realidade. Mas são realidades de mercado que obedecem a uma lógica - e a lógica é que há uma procura de trabalho menos qualificado. A Galiza foi sempre um país de emigração, e não há muitos anos a nossa gente sem qualificação tinha que ir trabalhar para França ou para Madrid e Barcelona. Este movimento interno tem quinze, vinte anos - e agora está a acontecer connosco e com o Norte de Portugal. Isso mudou, reverteu- -se, já não ocorre isso. O que estamos a tratar na euro-região é que o movimento se dê ao nível da cooperação científica, técnica, dos jovens estudantes universitários. Sucedeu-nos isto no sentido contrário. Foi muito pontual mas aconteceu. Foi-se embora muita gente formada. Oitocentos (cito de memória) médicos, enfermeiros e gente qualificada a nível sanitário que encontraram trabalho em Portugal. Nada é estático. O que temos de fazer, portanto, é igualar a qualificação das ofertas para que os fluxos sejam mais idênticos e simétricos.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Na conferência do JN, no Porto, voltou a defender a urgência de se construir uma linha ferroviária de alta velocidade entre o Porto eVigo. Teme novos atrasos por parte de Portugal na concretização do projecto?</span><br /><br />Francamente, a partir de uma visão integrada e conjunta da euro-região, a que presido na Comunidade de Trabalho Galiza -Norte de Portugal, e agora falo como presidente dessa comunidade, esse é um projecto estratégico, o mais estratégico e o mais importante que temos entre mãos. Se quantificarmos os benefícios, em relação aos custos, que nos trouxe a conclusão da conexão das duas regiões em auto-estrada, começamos a ver a luz do quão importante será para a Inovação, para o Norte de Portugal e para a Galiza, articular e encerrar uma conexão em alta velocidade. Creio que marcará um antes e um depois no crescimento económico, na capacidade de crescer juntos e na aproximação entre os dois povos. É determinante. Os efeitos do TGV são espectaculares e intensos nos locais onde foi construído. Não podemos permitir nenhum atraso. O horizonte de 2013 acordado pelos dois governos, pelo primeiro-ministro de Portugal e pelo presidente espanhol, na última cimeira, deve ser tomado como inamovível. Espero e confio que trabalhemos com intensidade nessa direcção, desde logo na medida das nossas possibilidades. Da minha parte porei toda a "carne no assador" para que assim seja, e sei que pelo lado espanhol há todo o interesse em cumprir esse prazo.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Parece-lhe que seria catastrófico para as relações entre as duas regiões se houvesse atrasos?</span><br /><br />Submeter isto à incerteza, creio que já seria mau agora. A mim, os empresários com os que me toca estar continuamente no mundo empresarial, não só os galegos mas os de fora também, perguntam-me sempre pela rede (de alta velocidade) e sobre quando vai estar pronta. Que eles saibam que em 2012 vamos ter a rede de cidades da Galiza conectada com Madrid e em 2013 com Portugal, é um dado muito importante para que invistam. Os empresários que estão a vir para aqui imaginam a região nessa perspectiva. Portanto, essa visão é gravemente prejudicial. E não está a prejudicar para depois, está a prejudicar agora, porque gera incerteza permanente. Debater permanentemente e não encerrar os temas é um elemento deficitário para a nossa economia.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Como é o homem Emilio Pérez Touriño na vida privada?</span><br /><br />Já quase não me lembro como sou na vida privada. Resta-me já muito pouco dessa parte. Vejam que me estão a entrevistar na minha residência oficial, que se encontra a 50 metros da minha residência privada. Vivo rodeado de segurança e de todas essas coisas. Sou um homem de Universidade, sou professor universitário, comecei a minha vida pública contra a ditadura nos anos 68, 70 e sempre misturei a minha vida como professor com a actividade pública e política. Nunca a distingui desde jovem. Creio que continuo a ser mais ou menos igual. Evidentemente, agora com um nível de responsabilidade que não tem nada a ver com nenhum dos anteriores. Tento manter a minha vida familiar, estar perto da minha gente. Estou casado com o minha mulher de sempre, tenho um neto que adoro, que vive longe, em Madrid, o que me causa desgosto porque o vejo muito pouco.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Que tipo de música ouve?</span><br /><br />O último concerto que vi foi um dos Maná. Mas sou mais de música dos anos 60, desde Bob Dylan a Bruce Springsteen. São as minhas referências.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Qual é o seu clube de futebol?</span><br /><br />Agora apanharam-me, porque estou dividido entre o Celta, que este ano foi para a segunda (divisão do campeonato espanhol) e o Deportivo da Coruña. Costumo dizer, por piada, que noutra vida era do Real Madrid.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Se não vivesse na Galiza onde gostaria de viver?</span><br /><br />Vivi muitos anos em Madrid. Uma boa parte da minha vida aconteceu lá. Foram dez anos no Governo de Felipe González a fazer infraestruturas. Foram tempos muito felizes para mim. Mas há muitas cidades. Barcelona também me encanta.<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Do que é que gosta mais em Portugal?</span><br /><br />Os portugueses. A gente é fantástica.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">E do que gosta menos?</span><br /><br />Quase nada. A verdade é que me sinto em casa. Quase não dou conta quando entro em Portugal, sinto-me em casa. Sempre tive uma grande admiração por tudo. Lisboa é uma cidade que me encanta e o mesmo se passa com os meus filhos. Com muita facilidade os meus filhos, quando têm um fim-de-semana, escapam-se para passear por Lisboa. É uma cidade com um encanto especial. Mas que os do Porto não saibam disto. O Porto é mais como estar em casa.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-55840517482255070572007-06-06T16:38:00.000+00:002008-12-09T15:25:20.983+00:00São Jorge e a Coca<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8p2jfkSLMExUNvW56ZzJYGZ3x9l6cWqCg2E6XiWey9oUKra_nZRHy3wovmB_Vd_CKm_32jAUy5M4WSbUAX37A44c6Sjj9CdBr_NeAWlfzH9yBtbWfiPhu0ERYwddUov_RgY5xfySbdWOA/s1600-h/sam_jorge.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8p2jfkSLMExUNvW56ZzJYGZ3x9l6cWqCg2E6XiWey9oUKra_nZRHy3wovmB_Vd_CKm_32jAUy5M4WSbUAX37A44c6Sjj9CdBr_NeAWlfzH9yBtbWfiPhu0ERYwddUov_RgY5xfySbdWOA/s320/sam_jorge.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5073016321777873698" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Amanhã, dia de Corpus Christi, tem lugar a tradicional festa da Coca, em Monção, onde esta se debate com o lendário S. Jorge. Assim, e depois da procissão, a multidão dirige-se para o Campo do Souto, onde terá lugar o combate. Os dois defrontam-se e o resultado desse combate ditará os resultados das colheitas e da produção do alvarinho. No tradicional embate entre o Bem e o Mal, não é difícil adivinhar tal resultado, mediante o vencedor. A Coca é dirigida por sete pessoas e a sua boca é mecânica, bem como a sua língua. Os movimentos desta influenciarão as atitudes do cavalo, que poderá ditar a sorte do combate. Se São Jorge acertar da língua e nas orelhas da Coca, sai vencedor.<br /><br />O povo tem grande devoção à Coca, chamando-a de Santa Coca, Coca Rabixa ou Diacho da Coca. "Por via da Santa Coca rabixa/perdi o diacho da Missa", diz o povo. A coca é um ícone popular tradicional das terras da Galécia. Surge na imaginação popular, passando na tradição oral, sob a forma de contos e lendas. Muitas destas lendas falam da Coca como devoradora de donzelas e de princesas, que são salvas das garras do dragão pelo valente príncipe. Faz parte do imaginário popular europeu e está bem implantada nas lendas galegas.<br /><br />Reza a lenda que S. Jorge, acudindo ao apelo de uma jovem princesa, filha do rei da Líbia, mata com uma lança o dragão que a queria devorar. S. Jorge é um santo de grande devoção na Galécia e a sua fama chegou ao ponto de uma das primeiras bandeiras do Reino da Galécia fosse a bandeira com a cruz deste santo. Tal como a inglesa, era de fundo branco, com uma cruz vermelha centrada.<br /><br />Inserida na Procissão do Corpo de Deus, o evento dá o seu ar de paganismo a uma data marcadamente cristã. Como é apanágio, aliás, em muitos eventos de carácter fortemente cristão, que mais não são que adaptações feitas pela igreja de eventos dos povos celtas - e outros - que habitavam o império. É assim como o Dia de Todos-os-Santos, que corresponde ao Samhain, festividade celta do primeiro dia de Novembro onde as almas eram autorizadas a vir a este mundo e a conviver com os seus familiares. De almas para santos foi um passo. Santos, que é coisa que não falta no calendário da Igreja Católica. Para substituir os deuses dos povos conquistados, foram criados santos com poderes semelhantes, a fim de a população se converter mais facilmente ao cristianismo. Numa religião monoteísta, estranha haver um santinho para cada situação...<br /><br />Importa ressalvar a tradição enraízada desta festa, de características marcadamente medievais. É parte integrante da nossa cultura galaica e tem paralelo nas festividades da Redondela, na Galiza Norte. São símbolo do nosso passado e ajudam-nos não só a compreender aquilo que fomos, mas também a encontrar a nossa identidade e sentirmo-nos parte integrante de algo com que nos identificamos. E sabemos como isso é importante nesta época de globalização onde todos somos anónimos e tendemos a ser mais número que indivíduo.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-82266323157311481462007-06-05T10:45:00.000+00:002008-12-09T15:25:21.131+00:00A Imprensa e o seu Papel<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgir0gaIHIGR3hzpUwEoAv7EjdlVuduoIFdGpFobqh30MxdrpfXpQRQX2ijRV4HARMHywDBq7klfSkfUNwzJKKEmUbWtCJ_opT3ZeUsHObWrutUngVOMaT0agp59Ly1oRppVB1MTqAtXHkp/s1600-h/press.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgir0gaIHIGR3hzpUwEoAv7EjdlVuduoIFdGpFobqh30MxdrpfXpQRQX2ijRV4HARMHywDBq7klfSkfUNwzJKKEmUbWtCJ_opT3ZeUsHObWrutUngVOMaT0agp59Ly1oRppVB1MTqAtXHkp/s320/press.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5072537536003584786" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />De há uns tempos para cá o Jornal de Notícias (JN) tem assumido um papel activo no processo da regionalização. Foi mesmo o primeiro órgão de comunicação social a lançar e a promover o debate, de uma forma regular e por forma a que o assunto não caia no esquecimento. As suas análises à economia da região Norte e a comparação dela com outras regiões do país e com a irmã Galiza lançaram o alerta para a situação preocupante em que nos encontramos actualmente. As suas entrevistas a figuras públicas e com voz na região contribuiram não só para a continuidade do alerta dado, mas também para promover eventuais líderes e dirigentes que poderão assumit um papel preponderante no futuro da região. Ao entrevistá-los está também a tentar extrair dessas personalidades uma que reúna o consenso e que possa vir a ser o líder desta região.<br /><br /><br />Entrando nesta linha de comunicação, o JN assumiu o seu papel de voz discordante e colocou-se do lado dos defensores da regionalização e dos que acreditam que esta é um passo fundamental para a recuperação económica da região. No imprensa actual, a um nível global, os jornais tendem a defender determinadas causas, consoante a sua tendência política ou a região do país que se encontram. E fazem-no de uma forma assumida, deliberada e com o intuito de lançar o debate para que a sua causa se sinta apoiada. Em Portugal havia esta lacuna no jornalismo. Os jornais falam muito acerca do governo e dos problemas nacionais com foco na capital, relegando para terceiro plano os problemas do país profundo. E os jornais regionais não tenhem a capacidade nem a expressão necessária junto da população para lançar o alerta de uma forma eficaz.<br /><br />O JN veio, desta forma, preencher esta lacuna existente e exercer a prática de um jornalismo saudável, defensor dos direitos das populações e que asume uma voz de discórdia perante o panorama de crise nacional. O debate organizado no Palácio da Bolsa, no passado sábado, em que intervieram as vozes mais sonantes da região Norte e mesmo o presidente da Junta da Galiza foi um enorme passo para que o tema regionalização entre nas conversas diárias das pessoas e para que estas tenham a verdadeira noção da sua importância para o seu futuro, sem as desinformações e manipulações de informação levadas a cabo pelos centralistas. Louvemos pois o JN por esta sua atitude!Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-34214685358366293172007-05-31T11:11:00.000+00:002008-12-09T15:25:21.440+00:00Norte e Galiza Querem Megacluster Têxtil<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJcG4pvP0JwrzECWVUmTXZciTwnN4jhynJw6OQ2O0vN7gtcjEllm7Bxp7iwTl3CVCpaaBxFRGwE0J3dsnZA8HL9FJ3MJVKh1lTskzl5iCCGfiPZp90WT_YK3KDmradoqXYTNGTSt1vZHMH/s1600-h/textil.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJcG4pvP0JwrzECWVUmTXZciTwnN4jhynJw6OQ2O0vN7gtcjEllm7Bxp7iwTl3CVCpaaBxFRGwE0J3dsnZA8HL9FJ3MJVKh1lTskzl5iCCGfiPZp90WT_YK3KDmradoqXYTNGTSt1vZHMH/s320/textil.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5070722780452489490" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e a Associaçom de Industrias de Ponto e Confecçom da Galiza assinam hoje, em Vigo, um protocolo de cooperação que fomente o intercâmbio de estilistas e de acções de promoção de moda, nas duas beiras do Minho. Com estas medidas pretende-se adquirir um maior protagonismo internacional, através da união de esforços. Esta acção visa, também ela, aceder a fundos comunitários voltados para projectos fronteiriços.<br /><br />Mais um ponto em comum que encontramos numa Euro-região que precisou da Europa para se reencontrar a si própria. Depois da cooperação ao nível da gestão de portos e aeroportos e da gestão comum do Parque Natural do Gerês, eis que a cooperação chega a um dos sectores mais tradicionais da indústria das duas Galizas. Não esquecendo os demais intercâmbios entre as indústrias e os acordos ao nível municipal e mesmo entre empresas, os esforços a que assistimos são mais significativos a este nível do que os feitos internamente, sendo dignos de uma qualquer estratégia de afirmação de um país.<br /><br />Contribui-se assim, passo a passo, para uma sintonia de percursos e de ideias que faz prever um futuro comum. A aproximação entre as duas é cada vez maior a todos os níveis. A ironia da História aproxima-as. Elas que durante séculos foram uma, acabam por fazer a sua aproximação motivadas por uma Europa que atenua o conceito de nações. Desconheciam os ideólogos que iriam surgir sentimentos das velhas nações, ofuscadas pela sua integração noutros países. E a estratégia europeia de incentivação da cooperação entre as regiões fronteiriças cai que nem uma luva a este noroeste peninsular.<br /><br />À falta de um apoio decente por parte do estado português, a sua região norte encontra na sua velha irmã o aliado ideal para se erguer e seguir caminho. O entendimento entre o norte de Portugal e a Galiza é claro. Querem os dois caminhar na mesma direcção. Conquistar mercados, riquezas, mundos. Divulgar o melhor que ambas produzem. Querem, juntas, triunfar e sair da sombra em que se encontram.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com21tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-58555475948095183852007-05-30T11:32:00.001+00:002008-12-09T15:25:21.693+00:00Entrevista a José Marques dos Santos, Reitor da UP<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6ZVrpqh6lzqxmz_wP7ls9AmcmEACTAwwibM2C5yvYwHRV08LGXekdadtROC-391gK0fXwwJ9eeQhd60IAZ1Yip3RVQXE8tj4iXk55s15LZcUimN8CS9Kikb71siT3-BR839xiwgDTtWmX/s1600-h/candidato_marques_dos_santos.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6ZVrpqh6lzqxmz_wP7ls9AmcmEACTAwwibM2C5yvYwHRV08LGXekdadtROC-391gK0fXwwJ9eeQhd60IAZ1Yip3RVQXE8tj4iXk55s15LZcUimN8CS9Kikb71siT3-BR839xiwgDTtWmX/s320/candidato_marques_dos_santos.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5070366542980057346" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Jornal de Notícias | Tem assumido um discurso pró-região. Afinal, como chegou o Norte a este declínio? Como perdeu a sua força reivindicativa?</span><br /><br />José Marques dos Santos | O que terá acontecido foi que o Norte não soube criar as condições para fixar emprego de grande qualidade nos vários sectores. Todo esse emprego foi para Lisboa, para outros locais ou para fora do país, o que significa que não conseguimos fixar pessoas de elevada qualidade, que contribuam para o progresso da região.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">É uma culpa partilhada pela região e pelo Estado?</span><br /><br />Claro que sim, é de toda a gente. Os empresários e os artistas vão todos para Lisboa. Às vezes, interrogo-me se estão à espera de algum deus que venha criar as condições na região. Cada um de nós tem de se sacrificar um pouco para criar as condições necessárias. Se quem é capaz e pode contribuir abalar daqui para fora, isto nunca crescerá. E seria interessante que os que daqui saíram, a diáspora da região, regressassem. Talvez seja ingenuidade? Se é, então desistimos, ficamos com um país macrocéfalo que tem apenas um grande centro em Lisboa e deixamos de nos queixar. <br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">A atitude deve mudar?</span><br /><br />Temos de ser nós próprios a resolver os problemas e não apontar os outros como causas. Temos de deixar este discurso de lamúria e ser mais positivos.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Os políticos também saem e esquecem a região?</span><br /><br />Se calhar, também. Políticos, banqueiros, industriais e artistas... Todos desaparecem.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Não é preciso criar condições para que regressem?</span><br /><br />Eles próprios também têm de regressar para criar condições. Se os mais capazes não contribuem, quem as criará? O poder central? O poder local delapidado dos seus melhores valores? Assim é difícil.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Tem insistido numa maior cooperação a todos os níveis. </span><br /><br />Claro, é fundamental. Falemos de coopetição, o novo calão que associa competição e cooperação. As empresas e as instituições têm de saber competir e também cooperar naquilo onde apenas juntas conseguem criar massa crítica e valor acrescentado.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Por que é tão difícil essa cooperação? </span><br /><br />Não sei. É intrínseco. Será por sermos demasiado individualistas ou divididos. Na freguesia onde moro, há três ou quatro clubes e cada um nasceu por cisão. Não há infra-estruturas desportivas na freguesia porque ninguém se entende. Cada um prefere ser o dono de uma coisa pequenina do que partilhar a capacidade de poder e liderança para algo melhor.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Cada um prefere mandar na quintinha em vez de se juntar em torno de uma quinta maior, como diz. Não há capacidade para aceitar com humildade uma liderança?</span><br /><br />Obviamente. Não consigo perceber uma instituição ou uma região que vá para a frente sem uma liderança.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Por que falta liderança à região? É dividir para reinar?</span><br /><br />Falta talvez uma estrutura política, uma região, algo que nos junte, que tenha poder interventivo e legitimidade para se impor. Se se construir uma equipa com cinco ou seis pessoas e não se nomear um líder, ela rapidamente se desmorona porque o primeiro que avançar é acusado pelos outros de querer protagonismo. Por isso ninguém faz nada, tem tudo receio de avançar.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Deve ter um líder ou mais?</span><br /><br />Não acredito em lideranças duplas e triplas. Isso não conduz a bons resultados. E deve haver continuidade. O que acontece, quase sempre, é que quem está à frente dos órgãos está por tempos limitados. Quando as coisas estão a chegar a um ponto razoável, vão embora e volta tudo a zero.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Usando uma sua expressão, quando não há um maestro, cada um acaba por tocar para o seu lado?</span><br /><br />E há muitos que tocam bem, mas não conseguem fazer tocar uma orquestra.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Quem poderia ser o maestro da região?</span><br /><br />Tem de ser alguém com intervenção política forte. Um político. Alguém que esteja num órgão que seja depois reconhecido e aceite por todos. E que, pela sua capacidade, se imponha aos outros. Se for um medíocre não se impõe.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Há quem atribua esse papel à CCDRN, mas falta-lhe legitimidade democrática.</span><br /><br />Pois, dizem que não tem legitimidade e não é eleita. Se calhar sou ingénuo politicamente, mas faz-me confusão, tendo nós uma certa organização administrativa, não ser possível ter uma capacidade de intervenção adequada e impor-se essa liderança. Isso dirá um pouco mal da democracia. Então estamos aqui todos não para construir algo mas cada um está no seu lugar para defender a sua dama. Cada líder local, numa universidade ou numa câmara, deve ter uma visão superior. Temos que pensar se estamos a contribuir para o progresso geral. Cada um tem que pensar para além de si próprio e, quer se queira quer não, tudo que é eleito preocupa-se consigo próprio na perspectiva de outra eleição.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Enquanto não há regionalização, a Junta Metropolitana do Porto pode fazer, parcialmente, esse papel?</span><br /><br />Se calhar podia e devia. E penso que tem vindo a fazê-lo.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">O que retira da polémica negociação em torno do metro?</span><br /><br />Cada um defende só os seus interesses e preocupa-se pouco com interesses cruzados. O líder daquela estrutura devia ser alguém acima de cada entidade.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Concorda, então, com o regime proposto pelo Governo para as áreas metropolitanas, com um executivo sem presidentes de câmara?</span><br /><br />Isso vem de encontro ao que estou a afirmar. Porque se for um dos presidentes de Câmara, é logo acusado de defender os seus interesses. É a tal independência que deve existir. Este país construíu-se muito à base da cunha, do pedido, com cada um a procurar resolver o seu problema, e sem saber se ao fazer esse pedido está a prejudicar um todo mais alargado. Se houvesse uma junta regional, ou algo do género, teria de ser alguém acima das câmaras. <br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Mostrou-se favorável à regionalização mas questionou a capacidade dos nortenhos de se entenderem para fazer tal reforma.</span><br /><br />Esta é a minha visão. <br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">A questão é mesmo de falta de liderança?</span><br /><br />Penso que sim, por mais que me digam o contrário. A Madeira e o Algarve têm líderes, quer se goste ou não deles. E Lisboa tem o próprio Governo. O Norte e o Centro não têm e veja como estão. Falta capacidade de juntar as pessoas em torno de um projecto.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Não basta estar de mão estendida, é isso?</span><br /><br />A liderança serve para definir estratégias que envolvam todos os agentes e pô-las em acção. Quando o dinheiro vem para a região, esta já poderia dizer "quero para isto e para aquilo". E não ter que estar a submeter projecto a projecto. Falamos já de uma estratégia da própria região.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Tal estratégia regional não tem que partir do Governo?</span><br /><br />Penso que não é necessário. Se sabemos o que queremos e nos conseguimos entender, ninguém tem de decidir por nós. Claro que a estratégia da região tem de estar sempre em consonância com a do país.<br /><br />Regiões sem referendo<br /><br /><span style="font-weight: bold;">Enquanto adepto da regionalização, defende um novo referendo?</span><br /><br />Por natureza, sou contrário ao recurso à figura do referendo por tudo e por nada. Temos uma democracia participativa. Elegemos deputados para nos representarem e eles devem estar muito melhor informados. É verdade que, muitas vezes, estão sujeitos a disciplinas partidárias que influenciam as decisões. Tem que haver coragem dos partidos de se entenderem e encontrar uma solução constitucional.<br /><br /><br /><span style="font-weight: bold;">Seria difícil, até pela resistência do líder do PSD?</span><br /><br />Sim, mas houve tantas mudanças desde o último referendo. O presidente da Câmara do Porto, que não era regionalista, hoje defende a regionalização. Já tem a experiência que lhe permita ver as dificuldadesSamhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-20126013119305374152007-05-28T21:08:00.000+00:002008-12-09T15:25:21.807+00:00Municipais Galiza 07<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTD0QHt5N-HABFYOYeIbvII7zR2-66NP8HucJXxPhyphenhypheny8nuUZ-KQdgl-PO1xqH913GrucvyN1kYCc5L5EzDTIMlIdMzz0J62AoIGfQ27HuCDX3qMZxLvVDf9_pMzSPGndGP3l27YZN_zOXR/s1600-h/minho.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgTD0QHt5N-HABFYOYeIbvII7zR2-66NP8HucJXxPhyphenhypheny8nuUZ-KQdgl-PO1xqH913GrucvyN1kYCc5L5EzDTIMlIdMzz0J62AoIGfQ27HuCDX3qMZxLvVDf9_pMzSPGndGP3l27YZN_zOXR/s320/minho.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5069750691914451186" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />Estranho o pouco destaque dado às eleições municipais na Galiza. O que se fala é inserido num contexto global de municipais espanholas, não havendo uma análise pormenorizada nesta região que tanto tem em comum com o norte de Portugal, mas também com o país no seu todo. A Galiza é uma região com afinidades vincadas connosco e o tratamento de distância com que os seus assuntos são abordados provoca-me uma sensação de estranheza. Premeditação? Incómodo pelo facto de a Galiza, estando sob alçada espanhola, ter mais afinidades com Portugal do que com Espanha? Respeito pela soberana unidade espanhola? Ou um tema tabu que convém não ser tratado por forma a não levantar mais polémicas sobre - a já de si polémica - artificial nação imposta por Castela?<br /><br />O que é certo é que não podemos mais fechar os olhos e continuar a negar uma realidade que é evidente. As afindidades que temos com a Galiza não podem ser deixadas para segundo plano em favor da pretenção de Espanha em manter intactas as suas fronteiras e a sua afirmação sobre as nações que a constituem. Os problemas que a Espanha tem, tem que ser a Espanha a resolver. Não podemos é fazer de conta que não existe uma região a norte que fala a nossa língua, tem os mesmo costumes e que por sinal é a base da nossa própria identidade. Essa região luta por se afirmar dentro do reino espanhol e procura volta-se definitivamente a sul em buscas de referências que possam recuperar partes da sua identidade esquecida por anos de colonialismo. Assume os seus erros históricos, nomeadamente quando a sua nobreza e os seus líderes optaram por um espanholismo, que lhes veio a sair caro, em detrimento da sua evidente ligação com Portugal. E nós o que fazemos? Fazemos de conta. Fazemos de conta que não existe. Fazemos de conta que não é da nossa conta.<br /><br />Há claramente um evitar mencionar-se o assunto com a intenção de não ferir susceptibilidades. Por outro lado há também um esquecimento conveniente da nossa ligação anecestral. Afinal somos um país com 800 anos de história! Como vamos nós explicar às pessoas que temos os do Norte mais em comum com o vizinho de cima - que até <span style="font-style:italic;">habla español</span> e tudo - do que com o vizinho de baixo?Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com10tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-42157496843577345812007-05-28T16:19:00.000+00:002008-12-09T15:25:21.943+00:00Burela e Guimarães<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5-NUt8vCrOYGTg3iMvMVj3Vyj-hR6agfewQfTzHC2G6yFDgHeqeLS0nVPjKTEq_0NBnxdmcvyFQa_k1PNFRAgAC9Qt_b3e1MbsAtyjlwEIayhxnkBT9sdzDqUFa37eDZmE75TQQQp7OeI/s1600-h/tijolos.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5-NUt8vCrOYGTg3iMvMVj3Vyj-hR6agfewQfTzHC2G6yFDgHeqeLS0nVPjKTEq_0NBnxdmcvyFQa_k1PNFRAgAC9Qt_b3e1MbsAtyjlwEIayhxnkBT9sdzDqUFa37eDZmE75TQQQp7OeI/s320/tijolos.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5069667416793549026" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />A já curta distância entre Burela e Guimarães fica agora mais curta. Através das escolas IES "Perdouro" e da secundária Martins Sarmento foi criado um </span><a href="http://tdtiportugalgaliza.wordpress.com/"><span style="font-weight: bold;">blog</span></a><span style="font-style: italic;"></span> que permite aos alunos destas duas instituições estarem mais próximos entre si e partilhar as suas ideias sobre racismo, xenofobia e tolerância. O blog chama-se, por isso, </span><a href="http://tdtiportugalgaliza.wordpress.com/"><span style="font-weight: bold;">Juntos pela Diversidade</span></a><span style="font-style: italic;"></span> e tem como objectivo unir os dois lados da raia através da temática da luta pelos direitos humanos e da promoção da diversidade cultural.<br /><br />Esta inciativa tem como coordenadores o prof. Bernardo Penadabe (professor de Língua Portuguesa) e a professora Fátima Aguiar (professora de História), docentes da IES e da ES Martins Sarmento, respectivamente. <br /><br />É uma iniciativa de louvar e que poderá servir de rampa de lançamento para outros projectos semelhantes que possam aproximar mais as localidades do norte e do sul da Galiza, tão distantes que parecem estar entre si pela força de fronteiras imaginárias. E pelos preconceitos que, por causa delas, se criaram fazendo a separação entre iguais, atraídos por pólos de outras paragens.<br /><br />Curioso esta iniciativa ser gerida por dois professores que leccionam disciplinas que facilmente explicam a proximidade que existe: Língua Portuguesa e História. A língua, que nos une e que querem a todo o custo diferenciar, e a História, dos homens e dos povos, que explica o porquê das coisas. Lástima é que possa, esta última, servir de justificação a outras causas, através da manipulação dos factos.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-3569992893983670282007-05-23T14:55:00.000+00:002008-12-09T15:25:22.299+00:00Um Concenso Inconcensual<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivZjQt-jrNb-4HAexTgLdFx6Jmr3y1qc50WBwgonXs-vAz0oB-jbOtqVOzqH_Wng0VdpSvuP-D3t8pflgHJbBQEUhxM1KB-SNDJRVXEBHDwW4ioLkPQK8rPOMfMk3vs3olZd1PKpqWwQn1/s1600-h/concenso.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEivZjQt-jrNb-4HAexTgLdFx6Jmr3y1qc50WBwgonXs-vAz0oB-jbOtqVOzqH_Wng0VdpSvuP-D3t8pflgHJbBQEUhxM1KB-SNDJRVXEBHDwW4ioLkPQK8rPOMfMk3vs3olZd1PKpqWwQn1/s320/concenso.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5067786014959470770" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />É notícia de hoje a confirmação do início das condicionantes impostas pelo governo relativamente ao processo Regionalização. Muito se adapta o governo conforme os temas em discussão! Se nuns casos (Aeroporto da Ota) o concenso é algo que apenas vai atrapalhar os interesses do governo no que diz respeito a esta matéria, noutros o concenso é uma condição para que o processo avance. Concenso é preciso por um lado, enquanto que por outro o que manda é o avanço do país. Ou de uma parte dele.<br /><br />Será então preciso que haja concenso entre as partes interessadas para que o processo da regionalização seja levado avante. E é colocado imediatamente de parte uma resolução rápida para o processo, descartada que foi pelo primeiro-ministro a hipótese de o referendo se realizar antes de 2009. Ou - quem sabe? - (nem) na próxima legislatura. E ainda assim, será necessário haver um concenso.<br /><br />De uma assentada, e após um silêncio prolongado sobre o assunto, o primeiro-ministro arrefece os entusiastas da Regionalização e começa a colocar os primeiros entraves. E colocar entraves à regionalização do país é colocar entraves ao desenvolvimento económico dele. Porque um país nunca poderá funcionar apenas tendo como referência a sua capital, enquanto o resto do país (a sua maior parte) tenta sobreviver diariamente com o pouco que tem - para não falar na privação das necessidades básicas que diariamente lhe são impostas.<br /><br />Temos portanto um país a duas velocidades e com duas políticas. Uma região (Lisboa e Vale do Tejo) a uma velocidade embalada pela frescura económica proporcionada por uma política centralista do governo - que lhe proporciona vantagens na competitividade interna; e o resto do país a uma velocidade de caracol, tentando desesperadamente encontrar meios e soluções para sair do marasmo em que se encontra e combater o desinteresse do governo pelos seus problemas. E, por outro lado, uma política proteccionista para com a capital, desburocratizando - e passando mesmo por cima de pareceres técnicos e algumas leis - tudo quanto seja possível para que o desenvolvimento desta acompanhe o ritmo das suas congéneres europeias - enquanto que para o resto do país há a maior burocratização possível de todos os processos (e uma necessidade de concenso), impedindo-o de crescer ao ritmo frenético da sua capital.<br /><br />A isto chama-se ter dois pesos e duas medidas. A serem usados da forma que mais lhes convém. Enquanto o resto do país luta para sair das dificuldades que atravessa. Não adianta anunciar um crescimento de 2, tal % do país quando esse crescimento não corresponde à realidade de todo o terrritório nacional. Não é correcto anunciar a queda do desemprego quando ele aumenta na região que fora o motor económico do país. O que adianta é ser objectivo e olhar de frente para os problemas sem estar a pensar noutro tipo de interessesSamhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com12tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-52851875672813443382007-05-15T13:30:00.000+00:002008-12-09T15:25:22.487+00:00O Turismo Perde o Norte<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi10biotI-7SPzRrRmXmq6HlCDPGKeveOpyWfpe-P1NZPGD48ngJKVYM62SjND-da3NRwoLnWHnT0-e3_metTRIN2EPlPZWvMmRF3LCzaqGCkbQNrM3MTFCFqIt1HVOUO-XnF5jvU-I4Gvu/s1600-h/60017908_412f6e481f.jpg"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi10biotI-7SPzRrRmXmq6HlCDPGKeveOpyWfpe-P1NZPGD48ngJKVYM62SjND-da3NRwoLnWHnT0-e3_metTRIN2EPlPZWvMmRF3LCzaqGCkbQNrM3MTFCFqIt1HVOUO-XnF5jvU-I4Gvu/s320/60017908_412f6e481f.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5064792486344950962" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />A notícia de que a Região Norte ficara de fora dos investimentos levados a cabo polo governo normalmente caíria como uma bomba. Não falo só na primeira pessoa, mas alargo a minha incredulidade à maioria dos habitantes da região. Mas não! Não, não é surpresa alguma esta exclusão, como não foram as anteriores decisões governamentais prejudiciais à região. É apenas o seguimento de uma política castrante, abusadora e tendenciosa que temos vindo a assistir e que tomou dimensões gigantescas, assumindo de vez o descaramento e perdendo a vergonha.<br /><br />Se em tempos estas medidas eram tomadas intencionalmente mas com a preocupação de não causar alarmismos e descontentamento - sendo acompanhadas de justificações injustificáveis, estudos encomendados ou um qualquer regalo do género "toma lá e tá calado!" - nestes últimos anos passaram apenas a medidas normais e esperadas, sem qualquer preocupação e receio por parte de quem as toma. E porquê? Porque sabem que não há nada que os visados possam fazer, uma vez que estão montados os mecanismos necessários para que este tipo de política possa ser exercida, favorecendo atitudes destas. O sistema centralista está tão bem montado e guarnecido - e suportado por bases políticas, quais bases militares, por todo o país, intensificando-as nos pontos mais estratégicos - que quaisquer vozes de contestação contra ele os abafa automaticamente. É fácil de perceber: os centralsitas são os que mandam. Qualquer coisa que ponha perigo a sua política é aniquilado, porque não interessa. <br /><br />Dos 100 milhões de euros previstos para o investimento no turismo, zero venhem para a região. As atribuídas são - admiremo-nos! - o Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e a Região Oeste. Que a nível de regiões não é região alguma mas apenas uma parte da Região Lisboa e Vale do Tejo. O descaramento atinje cada vez mais dimensões de ultraje. Mas dificilmente algo o pode impedir. Os governantes sabem-no. E por isso não se importam com o descaramento. Para além do epíteto atribuído ao Norte - praticamente sinónimo de contestação, a inserir nos próximos dicionários - existe um marasmo a nível de figuras públicas e políticas. Há um consenso entre estas que assume a discriminação, o esquecimento e a intencionalidade em muitas decisões tomadas em relação à região. Mas poucos ou mesmo nenhuma tem a força de outrora. Ou se tenhem, a comunicação social não faz caso delas e as reclamações feitas não passam das fronteiras regionais e surtem efeitos apenas internos. E os governantes sabem disto também e daí o descaramento das decisões ser maior e mais frequente.<br /><br />Uma das soluções para a resolução desta questão política de opressão de uma região passa pela regionalização do país. Mas não tenhamos dúvidas! Se já assim se assiste a um desgaste total e sub-aproveitamento de uma região em favor do desenvolvimento de outras, o que nos espera nos tempos que antecederem à regionalização serão piores ainda. Ao ter consciência que o bolo vai fugir, a pressão aspirante da política centralizadora vai fazer-se sentir mais ainda e espremer até ao último momento o que puder espremer.Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-5440842797403506090.post-8282739657711318372007-05-12T21:36:00.000+00:002008-12-09T15:25:22.711+00:00Cultura Castreja a Património Cultural Europeu<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7WLwEF3Q1LPb4YzXdkr0lo14FSSYyAD-sjSyqpTvXGhUefjjP_xEiDGjfcxa1E2VOr5HXI1wgqeOyt24h4ecNSbFSQXXAvj8BGaKjW54HLPhhZ-KhBSjgxTjWOMLlZT2FSG5WcmBCy22A/s1600-h/DSCF3350.JPG"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7WLwEF3Q1LPb4YzXdkr0lo14FSSYyAD-sjSyqpTvXGhUefjjP_xEiDGjfcxa1E2VOr5HXI1wgqeOyt24h4ecNSbFSQXXAvj8BGaKjW54HLPhhZ-KhBSjgxTjWOMLlZT2FSG5WcmBCy22A/s320/DSCF3350.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5063791806209623186" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br />A Galiza e o norte de Portugal, mais as Astúrias fazem esforços para que a cultura castreja seja considerada Património Europeu da Cultura. A área é de elevado interesse para o nosso património cultural e espiritual, pois representa os primórdios da cultura galega, que remontam ao primeiro milénio antes de Cristo. Era uma cultura uniforme, de cultura celta e que se estendia pelas áreas desde o sul do Douro até às Astúrias. Na região galega de Portugal, encontram-se os castros de proporções maiores (já no tempo dos romanos) e que atingiram a categoria de citânia (pequena cidade). São disso exemplo a Citânia de Briteiros (em Guimarães) e a Citânia de Sanfins (em Paços de Ferreira). Muitos outros castros, de variadas dimensões podem ainda hoje encontrar-se na nossa região. A concentração mais elevada encontramo-la na zona litoral, entre o Douro e o Minho.<br /><br />Os castros surgiram no primeiro milénio antes da nossa era e formavam uma cultura uniforme que caracterizava o noroeste peninsular. Com a chegada do invasor romano, houve a tentativa por parte destes de fazer com que os celtas descessem dos cabeços do monte para habitar as novas cidades estrategicamente construídas, no sentido de incrementar a economia e facilitar o processo de aculturação.<br /><br />As mudanças não foram muitas. A principal foi a fala. As tribos abandonaram o seu linguajar celta e começaram a falar latim. Ao nível espiritual, os deuses celtas continuaram a ser alvo de culto, embora também se encontrem registros de cultos a deuses romanos, muitos deles em simultâneo com deuses locais. A mentalidade guerreira e as actividades económicas e artísticas preservaram-se. Neste período inicial de domínio romano a cultura castreja chegou mesmo a propserar e os castros apenas começaram a ser abandonados por volta do século primeiro da nossa era. Em muitos sítios as pessoas fazem ainda romarias em datas festivas às "aldeias velhas" da nossa terra. Talvez em sinal de reconhecimento...<br /><br />Urge portanto preservar este legado herdado dos nossos antepassados e respeita-lo pela forma mais merecida, preservando-os e fazendo deles o símbolo nacional que são. Alguns deles encontram-se em óptimo estado. Outros vão sobrevivendo. Muitos viram as suas pedras de granito serem aproveitadas pelas povoações que se lhes seguiram para edificar novos edifícios ou calcetar ruas.<br /><br />Lástima que tenhamos que contar com o "empenho" do governo nacional para a pressão que se exige dura e persistente em prol da valorização que o nosso legado merece. Um governo local faria com toda a certeza uma gestão mais cuidada e dava-lhe um outro valor.<br /><br /><br /></span><a href="http://www.lavozdeasturias.es/noticias/noticia.asp?pkid=340065"><span style="font-weight: bold;">http://www.lavozdeasturias.es/noticias/noticia.asp?pkid=340065?name=News&file=article&sid=3429/</span></a><span style="font-style: italic;"><br /></span>Samhttp://www.blogger.com/profile/15761327643446946624noreply@blogger.com3