quarta-feira, 21 de março de 2007

A Verdadeira Galiza














É, de facto, espantoso como a consciência de um povo pode ser afectada por interesses que não os seus em detrimento de uma causa que, apesar de também sua, não lhe é benéfica e lhe trai a sua identidade.
Com o tempo deixámos de ser galegos para sermos “os do norte”. Deixámos de ser uma região com um nome para sermos a “Região Norte”. Dividiram essa região norte em duas para criar sentimentos de diferença onde eles não existiam. Fizeram com que as províncias a sul do Douro mais próximas deste e com uma identidade cultural igual e identificada com as terras a norte do Douro passassem a ser terras do centro, mais relacionadas com as beiras, portanto. A ideia é o Portugal uno e a renegação de identidade galega que une os povos galegos de ambas as margens do Minho, até às terras a sul do Douro. A ideia que Portugal sempre existiu e que não é um produto derivado da Galiza.
Porque a Galiza é sempre conotada com a região espanhola. Quando a Galiza é bem mais que isso… A Galiza abrange todo o Norte de Portugal e partes de Leão e das Astúrias. No Berço, fala-se galego. O próprio falar asturiano subdivide-se em asturiano-galego e asturiano-leonês. Mais: a Galiza não é aquele pequeno pedaço de terra reduzido a quem os espanhóis chamam de Comunidade Autónoma de Galicia. Nem o que os portugueses, por força de falta de informação e por força de contra-informação do poder central, também se habituaram a chamar e a identificar como a única Galiza. Porque Galiza é Espanha. Quando a Galiza foi e sempre será Galiza. Criada no espaço que hoje corresponde o norte do país chamado Portugal, até à Crunha. Onde foi baptizada por força do povo celta que habitava esta região.

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