sexta-feira, 27 de abril de 2007

Gaia... a pequena Londres do Mediterrâneo?














Li hoje no jornal Público a notícia da pretensão da edilidade gaiense em atrair investimentos ingleses, tendo para isso apresentado um projecto na capital inglesa. Nesse projecto constava a ideia da tranformação de parte das caves da Croft em Hotel de 5 estrelas, respeitando as normas arquitectónicas em vigor para qualquer centro histórico. Um novo hotel de 5 estrelas, para clientes abastados, com ofertas do melhor que há a este nível, incluindo spa e vinoterapia (existente apenas na África do Sul e França). Presumo que os terraços defronte do hotel também constituam alguma espécie de terapia, tão formosa é a vista que dali se alcança e relaxante o silêncio que se desfruta nestas zonas romãntico-industriais do centro histórico gaiense.

A iniciativa até prima por ambiciosa. E revela o interesse em revitalizar o centro histórico da cidade. Mas pergunto se será com a tranformação deste em instãncia turística que se revitalizará o que quer que seja. Mais se ganhava com um verdadeiro plano de recuperação dos edifícios degradados (que não me parece ser este o caso), tranformando-os em equipamentos de divulgação cultural e habitação ao alcance das bolsas dos jovens, respeitando sempre o seu traço arquitectónico. O centro histórico de Gaia prima por uma atmosfera romântica e ao mesmo tempo industrial do séc. XVIII e XIX que deve preservar-se. E não só a arquitectura do espaço como a sua atmosfera devem ser alvo de medidas que visem preservar as suas peculiares características.

Mas o que me causou realmente espanto e o que fez com que abordasse aqui esta notícia foi a afirmação da intenção de fazer de Gaia a "pequena Londres do Mediterrâneo. Pequena Londres do Mediterrâneo? A mim causa-me uma admiração enorme que pessoas com cargos responsáveis numa edilidade possam proferir afirmações tão descabidas sem que sejam chamados à razão por isso. Dizer que Gaia é mediterrânica é o mesmo que dizer que a Turquia é europeia. Não é! Nem uma é europeia nem a outra é mediterrênica. Uma tem metade duma cidade (por sinal a mais carismática e importante) no continente europeu. A outra metade fica no continente asiático. Mas nem isso é relevante, pois em tudo a sua atmosfera é oriental. E isso sente-se nas ruas, na cultura, na música, nos bazares, nos cheiros, nos costumes. A outra fica situada na costa atlântica, tem clima atlântico, é verde, granítica e fria. Mais a sul, dentro do país que faz parte há um clima que se assemelha ao clima mediterrãnico. A cultura desta região do país pode ser considerada mediterrânica, dependendo das prespectivas. Mas Gaia não se insere nesta região. Insere-se numa região húmida, verdejante e é banhada por um mar bravio e frio que se espalha pelas suas praias rochosas. Dizer que é mediterrânica é dizer uma energumenidade de todo o tamanho. É ser-se ignorante e dizer isso porque muita da cultura do país padece de um certo mediterranismo. Ou então sintetizou isso como meio de atração para investimento turístico. Será?

Gaia é Atlântica. É fria. É rochosa e granítica. É de ventos fortes e provenientes do norte. Cheira a mar e a terra húmida. É de gentes moldadas pelo clima e pela terra. Em tudo o Atlântico está presente na sua aura. E isso sente-se nas gentes, na sua cultura, na sua gastronomia, na sua música e no seu espírito e carácter.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

Uma Boa Iniciativa




Vai realizar-se o 1º Encontro de Bloggers e Leitores de Blogues do Minho. O blogue "Calécia" apoia esta iniciativa. Mais informações carregar na imagem.

sexta-feira, 20 de abril de 2007

O Norte Chinês















Artigo de opinião do prof. Alberto Castro, no JN

A força do destino?

A semana que passou foi farta em notícias que, directa ou indirectamente, dizem respeito à Região do Norte. Os dados revelados pelo INE sobre a evolução da economia nortenha e do PIB per capita regional chocaram as boas consciências, por verem em letra de forma aquilo de que todos já suspeitavam mesmo a marcha pachorrenta do comboio do subdesenvolvimento nacional é demasiado rápida para nós! Para entendermos o porquê de isto ser assim, e dificilmente poder ser de outro modo, é importante mergulharmos nos detalhes regionais do estudo apresentado, também esta semna, pelo Ministério da Educação. Como diz Joaquim Azevedo, enquanto país "perdemos o passo da lebre": não conseguimos tornar sustentável o ritmo de convergência com os países da OCDE, estagnámos e, inclusive, começámos a divergir. Também aqui, ou sobretudo aqui, o Norte se destaca pela negativa: nem sequer o "passo da tartaruga" aguentamos, continuando a afundar-nos relativamente ao resto do país, sobretudo no Ensino Secundário. Não era, mas podia perfeitamente ser esta realidade que Manuel Pinho tinha em mente quando falou de Portugal como um país com baixos custos salariais. Com uma força de trabalho com tão baixas qualificações, e que persiste em desprezar o papel da educação e da formação, há o risco de o modelo chinês se transformar de ameaça em destino! Venham, então, os chineses, os salários chineses, as condições de trabalho chinesas. Ao fim e ao cabo, temo-nos esforçado para criar a envolvente em que eles se sentirão confortáveis. Falta, é certo, abolirmos algumas dessas absurdas regulamentações sociais, uma ou outra liberdade e garantia e talvez essa coisa do impacto sobre o CO2. Essas devem ser as nossas prioridades! Nessa altura, o capital chinês afluirá ao Norte e Vila do Conde, actual sede da comunidade chinesa mais numerosa, passará a crescer ao ritmo de Xangai, absorvendo, antes de 2050, o Porto e Viana do Castelo, transformando-se numa metrópole que rivalizará com Nova Iorque. A antiga estrada nacional Porto-Viana será bordejada por majestosos arranha-céus, tornando-se a avenida europeia mais cosmopolita. A Póvoa de Varzim destronará Macau como a capital do jogo do Mundo. O F.C. Porto que, ao crismar de Dragão o seu estádio, antecipou todo este processo, passará a ter mais jogadores chineses do que sul-americanos.

É esta a brilhante estratégia que os agentes da Região, em conluio com o Governo, têm vindo, laboriosa e sigilosamente, a preparar e que Manuel Pinho, inadvertidamente, desvendou. O Norte será a China da Europa, com chineses a sério e tudo! É a força do destino!

Será? Como se costuma dizer, há pormenores que às vezes são "pormaiores". É o caso dos tais direitos, liberdades e garantias. Que são cultura e civilização. Mesmo se algumas das regulamentações precisam de ser aliviadas, para não gerar o paradoxo de vermos empresas de fabrico de vestuário a fechar, lamentos na televisão e… haver falta de costureiras. Mas nunca o regresso à barbárie. O que torna o desafio mais urgente e requer acção. A regionalização pode esperar, nós não. É indispensável que agentes e instituições convirjam para um plano de actuação que assegure o desenvolvimento da plataforma logística de Leixões, a dinamização do aeroporto, um plano de educação e formação gerido de acordo com as necessidades e com os incentivos e penalizações apropriados, mais descentralização de decisões. E uma avaliação rigorosa e independente das mesmas. Antes e depois. O programa proposto pela CCDRN é um excelente ponto de partida. A regionalização? É já a seguir!

Alberto Castro, Professor universitário


http://jn.sapo.pt/2007/02/06/opiniao/a_forca_destino.html?name=News&file=article&sid=3429/

quinta-feira, 19 de abril de 2007

SOS Mourela: a explicação










Há uns dias publicámos um artigo que apelava para o desastre que se adivinha na Mourela (Pontes, concelho da Crunha). Propomo-nos agora a abordar esta verdadeira atrocidade que pretendem cometer. O Círculo Lítico da Mourela foi descoberto (ou re-descoberto) em 2003 e era composto de 5 mamoas e 3 círculos líticos. Após os atentados de que foi alvo, em distintas ocasiões, ficou reduzido a duas mamoas e a uma parte do círculo lítico mais importante. O resto perdeu-se. Desde os que ignoram a herança cultural dos nossos antepassados, aos que, com propósitos interesseiros, promoveram também a destruição do sítio arqueológico, passando pelas entidades que podiam - e deveriam - ter tido uma medida de preservação em relação ao espaço, todos são culpados. Séculos de vestígios históricos que perduraram nos tempos até hoje, perderam-se irremdiavelmente para sempre. O que resta é uma pequena amostra. Porém, é uma amostra ainda assim importantíssima que poderá ser reveladora de questões que intrigam os historiadores acerca desta civilização atlântica que construía círculos líticos, mamoas, antas e dolmens. E uma amostra que urge preservar. Para nos conhecermos melhor a nós próprios.

Este legado está em perigo porque os iluminados dos que governam na hora de contornar os problemas, fazem-no de uma maneira original: vão em frente.. e por baixo. A ideia é construir um túnel que passe por baixo do espaço e que, segundo eles, garante assim a sua integridade. Podemos desde já imaginar o cenário. Um sítio de uma importância histórica enorme, convivendo com a calma e a pacatez de uma movientada auto-estrada. Um sítio que exige reflexão e silêncio confrontado com a pressa desenfreada da modernidade, que não olha para trás, nem para os lados. Vai em frente. Nem que para isso seja preciso ir por baixo!...







http://www.amigus.org/mourela.php?name=News&file=article&sid=3429/

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Entrevista de Tourinho ao JN



















Emilio Perez Tourinho
Presidente da Junta da Galiza
Entrevista no JN


O facto do Norte não ser uma região administrativa como a Galiza constitui um obstáculo à boa cooperação?

Quando há vontade de cooperação por parte do Governo português e da CCDRN, tal permite estabelecer projectos e superar fronteiras. Evidentemente, há aí uma assimetria que tem condicionantes. Sem dúvida que a autonomia da Galiza tem competências exclusivas em matéria de meio ambiente, habitação, saúde e infraestruturas, o que nos dá um nível de decisão elevadíssimo. Tal não acontece com a CCDRN. Mas temos de superar esta situação com vontade política e de cooperação.

Do que conhece do território e crescimento portugueses, a regionalização é vantajosa, como defende Carlos Lage?

Baseando-me na minha experiência própria e sem pretensão de exportar qualquer modelo, tenho de reconhecer que uma parte importantíssima do êxito de Espanha reside na descentralização. Seria inimaginável a evolução político-económica positiva de Espanha, para além da política institucional, sem o processo autonómico. Regiões como a Extremadura, a Andaluzia ou a Galiza deram um salto fundamentalmente graças à capacidade autonómica, a par da solidariedade do estado.

O Norte teria, então, a ganhar com a regionalização?

Sim. Não posso deixar de partilhar essa ideia.

O actual modelo de organização pode explicar o atraso relativamente à Galiza?

Para a Galiza, a regionalização foi, sem dúvida, um processo de transição de primeira ordem. Quero crer que também operaria de forma positiva deste lado da fronteira. Mas, por respeito institucional, não quero fazer uma intervenção política neste sentido.

Ficou zangado com os governos pela sede do secretariado do Grupo de Trabalho Transfronteiriço, que vai gerir os fundos comunitários, ficar em Badajoz e não na Galiza?

A perspectiva tem de ser sempre de colaboração positiva e o que precisamos é de dotar o Norte e a Galiza de uma entidade própria de cooperação, por isso estamos a pôr em marcha, para este ano ainda, o Agrupamento Europeu Transfronteiriço. Quanto à decisão sobre a sede, julgo que se prende com a proximidade aos respectivos centros políticos de Madrid e Lisboa.

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Círculo Lítico da Mourela









http://www.amigus.org/mourela.php?name=News&file=article&sid=3429/

Cooperação entre galegos


Algumas ilações a tirar da notícia do PÚBLICO:


Eis um bom exemplo de como devem ser geridos fundos e como se deve trabalhar de forma conjunta e orientada, com ambas as partes a cooperar entre si. Ao passo que dentro do nosso país o mais que recolhemos são entraves ao nosso desenvolvimento e à maneira como achamos melhor gerir os nossos recursos, através de decisões políticas polémicas e de bloqueios burocráticos pretenciosos, com os nossos parceiros do norte conseguimos um entendimento que nos possibilita tirarmos melhor proveito das nossas gerências.

E porquê? Porque simplesmente caminhamos no mesmo sentido. Porque queremos o melhor para ambos. Porque nenhum deles deseja ou teme o desenvolvimento económico do semelhante. Porque não há inveja. Porque ambos tenhem sede e desejo de se afirmar como poderios económicos - e sub-aproveitados - que são.

Região Norte e Galiza avançam para a gestão integrada dos aeroportos e dos portos dos dois territórios

Responsáveis políticos da euro-região reúnem-se hoje em Guimarães para aprovar plano estratégico que reserva 73 milhões para a cooperação transfronteiriça
O tempo em que o Norte de Portugal e a Galiza funcionavam de costas voltadas está definitivamente enterrado. Representantes das duas regiões reúnem-se hoje, em Guimarães, para discutir a aplicação de 73 milhões de euros em projectos de cooperação transfronteiriça, entre 2007 e 2013.
Além de sublinhar a importância de fazer avançar a ligação ferroviária em alta velocidade entre o Porto e Vigo (as duas regiões comprometeram-se a escrever aos respectivos governos para exigir o cumprimento do calendário estabelecido - 2009-2013), o plano estratégico de cooperação Galiza-Norte de Portugal, a que o PÚBLICO teve acesso, abre a porta à gestão conjunta dos quatro aeroportos, bem como dos portos marítimos desta euro-região.
Apesar de não vir expressamente referida no documento, essa reivindicação prevê a criação de um consórcio transfronteiriço de transportes, com capitais públicos e privados. A ideia é pôr os três aeroportos galegos e o de Francisco Sá Carneiro, no Porto, a funcionarem em complementaridade ao nível dos preços, linhas e clientes. O mesmo se aplica aos portos da euro-região: Leixões e Viana, do lado português, e Vigo e Corunha, do lado galego.
O plano estratégico que é hoje discutido será gerido pelo futuro Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial, um organismo a criar até ao final do ano e que ficará localizado no Centro Tecnológico do Mar, em Vigo. Esta entidade vem substituir o actual Eixo Atlântico, representando igualmente os 18 principais municípios desta euro-região que soma cerca de 6,3 milhões de habitantes.
Ao PÚBLICO o vice-presidente da CCDR, Paulo Gomes, especificou que a cooperação vai incidir também no domínio marítimo, por via de uma gestão integrada da bacia dos rios Minho e Lima. No domínio da qualidade e da segurança alimentar, o objectivo é desenvolver em conjunto tecnologias de conservação de pescados e avançar com a certificação de produtos, também no sector da agricultura.
De igual modo, poder-se-á passar à gestão integrada dos parques naturais do Gerês e de Montesinho. "Faz todo o sentido uma aposta de intervenção integrada nestes espaços de fronteira", declarou o vice-presidente da CCDR, para quem "nunca como até agora se avançou de forma tão ambiciosa na cumplicidade entre as duas regiões".
Paulo Gomes sublinhou ainda que os 97 milhões de euros que a UE destinou à euro-região "são apenas um terço do montante obtido nos últimos sete anos", admitindo, por isso, que as duas regiões possam desviar até 10 por cento dos respectivos envelopes financeiros regionais para montar esquemas de intermodalidade no movimento de mercadorias, empresas e pessoas.
23%
Foi quanto aumentaram as exportações entre o Norte e a Galiza, nos últimos quatro anos, segundo Emílio Perez Touriño, que ontem participou num jantar-colóquio, no Porto, com políticos e empresários de ambas as regiões.



in PÚBLICO

quarta-feira, 11 de abril de 2007

"Regiões Sim"

A luta pela regionalização vai voltar à cena. Um movimento cívico nascido em Coimbra e baptizado "Regiões Sim", formaliza-se no dia 26 de Abril para pedir a realização de um novo referendo. O objectivo é recolher 75 mil assinaturas para apresentar na Assembleia da República uma proposta legislativa para levar a criação de regiões a consulta popular.

A questão, chumbada em referendo há dez anos, regressa agora com o impulso do PSD e do CDS, enquanto, segundo o jornal "Público", o PS argumenta que ainda não é tempo de voltar ao tema falta adequar a máquina do Estado.

A associação a criar defende um mapa com cinco regiões, coincidentes com as actuais comissões de coordenação regional, adianta o diário. A ideia é encabeçada por Mendes Bota, que se diz "cansado de debates" e resolveu repescar o assunto para a sociedade civil depois de o PSD ter recusado a sua moção sobre regionalização no último congresso do partido. E diz agora dar a cara por um movimento independente, com gente de todos os quadrantes sociais e partidários.

Do lado dos socialistas, a questão é remetida para o programa do Governo, segundo o qual um referendo a regionalização só caberá numa próxima legislatura, depois de levar a cabo a desconcentração do Estado às cinco regiões em causa. Mas não recusam o debate.



http://jn.sapo.pt/2007/04/09/nacional/movimento_nasce_pelas_regioes.html/

quarta-feira, 4 de abril de 2007

Quero. Posso. Mando.













Prosseguem as posições irredutíveis do governo em relação a assuntos de carácter sério. Teimam em fazer democracia segundo antigos hábitos ditactoriais. Porque só assim podemos adjectivar as posições do governo face aos assuntos do Metro do Porto e do Aeroporto da Ota.

Não sei porquê existe esta tendência para a concentração de poderes. O governo prepara-se para deter sob a sua alçada a gestão do Metro do Porto já em Maio próximo. Presumo que por trás desta sua intenção esteja algo mais do que a simples gestão eficiente da empresa. Iremos, mais uma vez, assistir a uma gestão de gabinete, a quilómetros de distãncia do terreno e com uma visão muito própria das coisas. Mas não contentes, ainda excuíram quaisquer hipóteses de os autarcas das cidades da Junta Metropolitana do Porto integrarem o conselho de administração. Desta forma, minimizam-se as hipóteses de haver pressões internas para o acelerar das obras de construção da linha de Gondomar, da Boavista e do pouco que falta da linha de Gaia, até Laborim.

A mim custa-me encaixar que no decorrer do séc. XXI exista tal tipo de atitude por parte de um governo da Europa ocidental, membro da UE. Tais movimentações são baixas, carecem de moral e só visam satisfazer os interesses dos governantes. Tomar uma atitude de irredutibilidade em relação a uma facção que pretende, a bem das populações, o início rápido das obras é uma forma estranha de fazer democracia. Tomar a empresa para si, excluindo as partes mais interessadas no processo, de qualquer poder de decisão já não sei o que é.

Em vez de termos uma democracia que desburocratize processos e que se satisfaça por haver pessoas com vontade de fazer com que estes se desenvolvam, o governo-lhe cria entraves. E faz as coisas de uma forma duvidosa e premeditada. Excluir as partes interessadas do processo de decisão é bloquear a democracia e impedir o país de se desenvolver.

terça-feira, 3 de abril de 2007

Oficina Transfronteiriça UE: Empresários vigueses atribuem culpa ao pouco peso político de Vigo














A Junta da Galiza foi criticada pela Câmara de Comércio de Vigo, tendo-a culpado por não ter feito valer como devia o peso económico e social das relações entre a Galiza e Portugal, junto do estado espanhol. O não aproveitamento de uma conjuntura real como argumento válido para justificar Vigo como sede da oficina revelou-se fundamental para a escolha de Badajós.

Basta lembrar que a Galiza é a área fronteiriça que mais intercâmbios realiza com Portugal. E que tem todo um passado e uma história em comum. Porém, Badajós encontra-se no meio da principal via terrestre entre as capitais do estado espanhol e português. E ficará a meio da futura ligação de comboio de alta velocidade entre as mesmas. Ligação que parece chegar mais rápido que a ligação Porto-Vigo. E que concerteza chegará primeiro.

Lá como cá, as semelhanças evidenciam-se. O interesse é notório, mas apenas por parte da Euro-Região. As entidades responsáveis que poderiam decidir e que poderiam interceder de uma forma a que esta realidade fosse concretizável caminham sempre debaixo das ordens de Madrid. O cenário é cinzento. Cá não há uma entidade capaz de fazer valer os interesses da nossa região. Tal capacidade pertence a Lisboa, que sabe melhor que ninguém o que é melhor para nós. Lá existe uma Junta vassala do poder da capital e que pouco faz para protejer os interesses da região.

Ao menos lá, ainda há vozes que se levantam, insurgidas contra o fracasso das negociações e contra a maneira como estas foram desenvolvidas. Cá é o silêncio. Não há opiniões e não vi na imprensa o impacto que este assunto merece.



http://www.vieiros.com/nova/56960/empresarios-din-que-o-pouco-peso-politico-de-vigo-impediu-acoller-a-sede-para-a-cooperacion-con-portugal/