sábado, 12 de maio de 2007

Cultura Castreja a Património Cultural Europeu














A Galiza e o norte de Portugal, mais as Astúrias fazem esforços para que a cultura castreja seja considerada Património Europeu da Cultura. A área é de elevado interesse para o nosso património cultural e espiritual, pois representa os primórdios da cultura galega, que remontam ao primeiro milénio antes de Cristo. Era uma cultura uniforme, de cultura celta e que se estendia pelas áreas desde o sul do Douro até às Astúrias. Na região galega de Portugal, encontram-se os castros de proporções maiores (já no tempo dos romanos) e que atingiram a categoria de citânia (pequena cidade). São disso exemplo a Citânia de Briteiros (em Guimarães) e a Citânia de Sanfins (em Paços de Ferreira). Muitos outros castros, de variadas dimensões podem ainda hoje encontrar-se na nossa região. A concentração mais elevada encontramo-la na zona litoral, entre o Douro e o Minho.

Os castros surgiram no primeiro milénio antes da nossa era e formavam uma cultura uniforme que caracterizava o noroeste peninsular. Com a chegada do invasor romano, houve a tentativa por parte destes de fazer com que os celtas descessem dos cabeços do monte para habitar as novas cidades estrategicamente construídas, no sentido de incrementar a economia e facilitar o processo de aculturação.

As mudanças não foram muitas. A principal foi a fala. As tribos abandonaram o seu linguajar celta e começaram a falar latim. Ao nível espiritual, os deuses celtas continuaram a ser alvo de culto, embora também se encontrem registros de cultos a deuses romanos, muitos deles em simultâneo com deuses locais. A mentalidade guerreira e as actividades económicas e artísticas preservaram-se. Neste período inicial de domínio romano a cultura castreja chegou mesmo a propserar e os castros apenas começaram a ser abandonados por volta do século primeiro da nossa era. Em muitos sítios as pessoas fazem ainda romarias em datas festivas às "aldeias velhas" da nossa terra. Talvez em sinal de reconhecimento...

Urge portanto preservar este legado herdado dos nossos antepassados e respeita-lo pela forma mais merecida, preservando-os e fazendo deles o símbolo nacional que são. Alguns deles encontram-se em óptimo estado. Outros vão sobrevivendo. Muitos viram as suas pedras de granito serem aproveitadas pelas povoações que se lhes seguiram para edificar novos edifícios ou calcetar ruas.

Lástima que tenhamos que contar com o "empenho" do governo nacional para a pressão que se exige dura e persistente em prol da valorização que o nosso legado merece. Um governo local faria com toda a certeza uma gestão mais cuidada e dava-lhe um outro valor.


http://www.lavozdeasturias.es/noticias/noticia.asp?pkid=340065?name=News&file=article&sid=3429/

3 comentários:

Anónimo disse...

estou admirado por Asturias se juntar ao esforço.
Geralmente eles não gostam muito destas uniões com os Galegos.
Já quando Galiza e Norte PT estavam a candidatar-se a património mundial de qualquer coisa, perdemos por causa dos Asturianos.

Antonio Lugano disse...

Diz-nos "Calécia", e bem:
"Com a chegada do invasor romano, houve a tentativa por parte destes de fazer com que os celtas descessem dos cabeços do monte para habitar as novas cidades estrategicamente construídas, no sentido de incrementar a economia e facilitar o processo de aculturação.
As mudanças não foram muitas. A principal foi a fala. As tribos abandonaram o seu linguajar celta e começaram a falar latim."

Se "actualizarmos" o texto:
"Com a chegada da colonização sulista, surge a tentativa por parte desta de fazer com que as gentes nortenhas abandonassem o rural para habitar as novas cidades estrategicamente construídas, no sentido de incrementar a economia e facilitar o processo de aculturação.
As mudanças não foram muitas. A principal foi a fala. As gentes rurais abandonaram o seu linguajar galaico e começaram a falar "lesboeta"."

Mudam-se os tempos... mantêm-se as vontades...
Permitiremos que a colonização persista?
Depende de nós…

Anónimo disse...

Depende de nós
Temos de mostrar ao nosso povo que a independencia é o caminho certo, que não é uma coisa de parolos ou regionalistas mas uma luta pela nossa verdadeira nação.